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Introdução

A ecografia obstétrica é de suma importância e atualmente de uso generalizado na vigilância da gravidez e na área do diagnóstico pré-natal (DPN).

Apesar de ser um método complementar de diagnóstico seguro e de fácil acesso, a qualidade da imagem/visualização da anatomia e morfologia fetais é dependente do operador e do equipamento utilizado, bem como de características maternas e fetais.

Em Portugal, na gravidez de baixo risco, por orientação da Direção Geral da Saúde (DGS) são realizadas três ecografias obstétricas, uma a cada trimestre da gravidez e a do 2.º trimestre tem como principal objetivo a avaliação anatómica e morfológica do feto.

Sinais e sintomas

Objetivos

A avaliação ecográfica do 2.º trimestre pode ser realizada entre as 18 e 24 semanas de idade gestacional (IG), idealmente entre as 20 e 22 semanas de acordo com as orientações da DGS.

O principal objetivo é a avaliação anatómica e morfológica do feto com a finalidade de detecção de malformações e são de especial importância as malformações letais ou associadas a elevada morbimortalidade após o nascimento, bem como aquelas potencialmente candidatas a terapêutica intrauterina ou que careçam/beneficiem de abordagem a curto prazo após o parto.

Além deste ponto e à semelhança dos exames ecográficos realizados nos restantes trimestres, devem ser também analisados os seguintes aspetos: número de fetos e sua vitalidade, crescimento fetal, características de placenta e cordão umbilical (CU) e volume de líquido amniótico (LA).

Este exame é habitualmente realizado com recurso a avaliação transabdominal mas poderá haver necessidade de ser complementado por via vaginal.

A avaliação ecográfica obstétrica deve ser executada por médico com treino específico na área e certificado para tal por entidade idónea.

Metodologia

O exame requer a aquisição e análise de diferentes imagens, que correspondem a planos anatómicos, que permitem a avaliação morfológica e a realização de medições.

A avaliação do crescimento fetal é realizada com base numa estimativa de peso que é calculada a partir de medições ao nível do crânio, abdómen e fémur do feto e é importante para identificação precoce alterações do crescimento fetal.

A análise da morfologia fetal requer a observação de:

  • estruturas cerebrais e forma do crânio;
  • face (lábios, nariz, olhos) e pescoço;
  • coluna vertebral (exclusão de defeitos de tubo neural como espinha bífida);
  • coração e tórax (identificação de anomalias cardíacas congénitas, malformações pulmonares e integridade do diafragma – estrutura que separa o tórax e abdómen fetais);
  • abdómen e pélvis (avaliação do estômago e intestino, inserção do CU no abdómen fetal, avaliação dos rins e bexiga);
  • membros e extremidades (avaliação da estrutura dos 4 membros e respetivas extremidades – mãos e pés);
  • genitais externos (determinação do sexo fetal).

Está também recomendada a avaliação da:

  • placenta;
  • CU e
  • LA.

Em algumas situações poderá estar indicada a avaliação por via vaginal:

  • avaliação de estruturas anatómicas fetais (como complementaridade ao exame por via transabdominal, dependendo da posição fetal e/ou características do abdómen materno);
  • medição do comprimento do colo do útero se fatores de risco para parto prematuro ou, na presença de sintomatologia que o possa desencadear,
  • avaliação de placenta de inserção baixa.

Relatório do exame ecográfico

O relatório do exame ecográfico pode ser fornecido em formato digital e/ou impresso.
Este relatório deve ser descritivo em relação à presença/ausência das estruturas avaliadas, da integração dos achados num padrão de normalidade e, quando aplicável, fazer referência a achados patológicos identificados.
Adicionalmente, este relatório deve ser informativo relativamente a limitações identificadas e que possam comprometer a qualidade do exame (características como biótipo materno ou presença de cicatrizes abdominais, posição fetal e IG, entre outros).

Evolução / Prognóstico

Conclusões

A ecografia fetal é um exame de imagem seguro e amplamente utilizado na prática clínica, cuja qualidade é dependente do equipamento, técnica do operador e características físicas da grávida (biótipo, cicatrizes abdominais) e feto (posição, IG e volume de LA).

Achados anormais nesta avaliação de rotina requerem avaliação detalhada da anatomia fetal em centro de referência de DPN, como sejam através de ecocardiografia fetal (avaliação detalhada do coração fetal), neurossonografia (avaliação detalhada do cérebro fetal) e/ou ressonância magnética nuclear fetal.

A grávida/casal devem estar cientes da importância e benefício da realização da avaliação morfológica de rotina e quais as suas limitações.
Apesar dos avanços tecnológicos dos equipamentos ecográficos, em termos de aquisição e processamento de imagem, há anomalias e malformações fetais que podem não ser detectadas na ecografia do 2.º trimestre, podendo este facto ser justificado por limitações técnicas ou por serem evidentes apenas em fases mais avançadas do desenvolvimento fetal.

Saber Mais

SIGLAS

  • CU: cordão umbilical
    DGS: Direção Geral da Saúde de Portugal
    DPN: diagnóstico pré-natal
    IG: idade gestacional
    LA: líquido amniótico

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