Mastites não puerperais
Introdução
Define-se como uma inflamação do tecido mamário, não relacionada com a amamentação, que pode ser ou não associada a infeção. As mastites não puerperais incluem a mastite periductal e mastite granulomatosa idiopática (MGI).
Frequência
Estas doenças inflamatórias crónicas são benignas e raras. A mastite periductal ocorre em cerca de 5 a 9% das mulheres em todo o mundo. No entanto, a verdadeira prevalência da MGI é desconhecida.
Causa
Até o momento, a causa exata das mastites não puerperais é desconhecida. Vários fatores têm sido associados a um risco aumentado de mastite periductal, incluindo tabagismo, obesidade, fatores reprodutivos e infecção bacteriana.
Em relação à MGI, a causa ainda não foi estabelecida. Portanto, a maioria dos casos continua rotulada como “idiopática”. Atualmente, existem três hipóteses responsáveis: autoimunidade, inflamação e distúrbios hormonais.
Sinais e sintomas
Clinicamente apresentam-se como um nódulo em uma das mamas e pode ser acompanhada de alterações na pele nomeadamente vermelhidão, pele em casca de laranja, alterações no mamilo ou corrimento mamilar.
Infelizmente, não existem manifestações clínicas específicas e, muitas vezes, mimetiza a apresentação do cancro da mama. As formas crónicas e graves podem apresentar-se com abcesso (colecção de pús), úlceras da pele (ferida aberta de difícil cicatrização) e formação de fístula (comunicação anormal com drenagem de conteúdo para a pele).
O que fazer
O diagnóstico de mastite é feito com base na história e nos achados clínicos. A mastite periductal é um diagnóstico clínico. Contrariamente ao diagnóstico de MGI, que é um diagnóstico de exclusão e confirmado através de biópsia.
Portanto, sempre que apresentar alguns dos sintomas referidos anteriormente deve ser observado pelo médico assistente. Após esta avaliação clínica, as alterações identificadas devem ser caracterizadas por exames de imagem.
Tratamento
Em relação à mastite periductal, opta-se pelo tratamento médico, combinando anti-inflamatórios e antibióticos em caso de infecção. O tratamento cirúrgico pode ser uma opção em casos graves ou recorrentes.
Não existe nenhum tratamento ideal na MGI, deve ser considerada uma abordagem multidisciplinar e considerar os prós e os contras de cada tratamento. Inclusive pode optar-se apenas por vigilância nos casos leves, já que metade dos casos de MGI resolvem sem nenhuma intervenção.
Em casos graves ou recorrentes, a abordagem com imunossupressores e/ou cirurgia pode ser uma opção válida.
Evolução / Prognóstico
A maioria dos pacientes com mastite apresenta boa evolução com o tratamento adequado. No entanto, estão associadas a recorrência dos sintomas e podem causar resultados estéticos indesejados nomeadamente com cicatrizes e deformidades no tecido mamário.
É importante frisar que, independentemente do tratamento, a MGI é uma condição autolimitada que normalmente resolve ao longo de alguns anos, e não aumenta o risco de desenvolver o cancro da mama.
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