Rastreio de Clamídia
Introdução
A clamídia é uma das infeções sexualmente transmissível (IST) mais comuns no mundo, sendo provocada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Porém, em Portugal não existe um programa para o seu rastreio.
Frequência
Jovens entre os 14 e os 24 anos são o maior grupo de risco, devido aos comportamentos de risco, apesar de poder afetar mulheres e homens de qualquer idade.
Em Portugal, por não existir um rastreio, a frequência desta doença é incerta. Dados estatísticos de países europeus com rastreio implementado apontam para uma frequência de 2 a 6% em mulheres jovens.
Causa
A clamídia transmite-se durante as relações sexuais desprotegidas (sexo vaginal, oral e anal).
Fatores de risco:
- Novo parceiro sexual;
- Múltiplos parceiros sexuais;
- Parceiro sexual infetado;
- Início precoce das relações sexuais;
- Outra infeção sexualmente transmissível;
- Não utilização ou utilização incorreta de preservativo
Sinais e sintomas
Na maioria dos casos as pessoas não apresentam sintomas. No entanto,a doença pode ser transmitida, mesmo sem sintomas
Na mulher infetada pode causar infeção do útero (endometrite), colo do útero (cervicite), da uretra (uretrite) ou do reto (proctite).
Sintomas mais comuns, apesar de pouco frequentes:
- Corrimento vaginal;
- Hemorragia após relações sexuais e entre menstruações;
- Dor abdominal;
- Dor durante a relação sexual;
- Dor ao urinar;
- Febre.
Em grávidas não tratadas, pode ocorrer transmissão durante o parto para o recém-nascido provocando uma forma grave de conjuntivite ou pneumonia.
O linfogranuloma venéreo (comum em países desenvolvidos em homens que têm sexo com homens) e o tracoma (forma de cegueira muito prevalente no continente africano), são outras formas de manifestação desta doença.
O que fazer
O diagnóstico é feito através do isolamento da bactéria numa amostra de corrimento da vaginal, da uretra ou recto, ou numa amostra de urina. Concomitantemente, devem ser investigadas outras doenças sexualmente transmissíveis como o vírus da imunodeficiência humana (VIH), gonorreia ou sífilis, que podem existir em simultâneo.
Tratamento
O tratamento é com antibióticos.
Mesmo sem sintomas todos os casos positivos devem ser tratados.
Os parceiros sexuais dos últimos 2 meses devem ser referenciados e tratados.
Durante e após 7 dias da conclusão do tratamento (do próprio e do(s) parceiro(s)) não são aconselhadas relações sexuais (sexo vaginal, anal ou oral).
Evolução / Prognóstico
O tratamento é muito eficaz, contudo, é muito comum ter nova infeção.
Infeções não tratadas podem levar a sequelas graves como infertilidade, gravidez ectópica e dor pélvica crónica.
Prevenção / Recomendações
O rastreio deve abranger todas as mulheres sexualmente ativas com idade <25 anos e ≥25 anos que apresentem fatores de risco.
Factores de risco:
- novo parceiro sexual,
- múltiplos parceiros sexuais e parceiro
sexual infetado, - início precoce das relações sexuais,
- outra infeção sexualmente transmissível,
- não utilização ou utilização incorreta de métodos barreira.
Na gravidez o rastreio também está recomendado.
O teste deve ser realizado anualmente.
A principal medida de prevenção é o uso regular e correto do preservativo ou dental dam em todas as relações sexuais (sexo vaginal, oral e anal).
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