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Introdução

A restrição de crescimento fetal (RCF) ocorre quando o feto não consegue atingir o seu potencial de crescimento.

Na ecografia é realizada a medição do perímetro cefálico, do perímetro abdominal e do fémur de modo a calcular-se uma estimativa do peso fetal.

Se a estimativa de peso ou o perímetro abdominal do feto for inferior ao percentil 10 estamos perante um feto leve para a idade gestacional. Neste caso, o feto cresce segundo o seu potencial genético, sendo apenas mais pequeno que a maioria dos fetos da mesma idade, sem que isso traduza um processo patológico.

Por outro lado, a RCF tem por base uma condição patológica e é definida por uma estimativa de peso fetal inferior ao percentil 3 ou inferior ao percentil 10 com suspeita de alterações vasculares.

Estima-se que cerca de 70% dos fetos com um peso inferior ao percentil 10 sejam apenas leves e que os restantes 30% sejam restritos.

Frequência

A incidência varia de acordo com a população em estudo, a localização geográfica e as curvas de crescimento. Acredita-se que seja de 10%, estando aumentada em mulheres com doenças crónicas como diabetes, doença renal ou auto-imunes bem como naquelas com consumos aditivos ou que apresentem desnutrição durante a gestação.

Causa

Existem múltiplas causas para a restrição de crescimento fetal, como doenças genéticas, malformações e infeções, mas a mais frequente passa por alterações placentárias, que limitam o aporte de nutrientes ao feto.

O que fazer

Perante o diagnóstico de restrição de crescimento fetal, é necessária uma avaliação obstétrica complementar e seriada de forma a orientar o seguimento da gravidez.

Durante a ecografia é realizado um estudo Doppler da vascularização fetal que poderá ajudar no prognóstico e na decisão do momento do parto.

Pode ser necessário realizar outros exames como análises sanguíneas que incluam serologias maternas, ecocardiograma fetal ou exames invasivos (amniocentese) para excluir malformações congénitas ou anomalias cromossómicas.

Tratamento

Não existe tratamento para a RCF. A vigilância tem como objetivo perceber quando é que o feto já não beneficia de estar no útero e assim determinar o momento do parto.

A maioria dos partos poderá ser por via vaginal, no entanto existem algumas indicações específicas para o parto ocorrer por cesariana.

Evolução / Prognóstico

A restrição de crescimento fetal é uma condição associada a maus desfechos obstétricos como sequelas neurológicas e cardiovasculares assim como complicações associadas à prematuridade. Por vezes, após o nascimento poderá ser necessário o apoio dos Cuidados Intensivos Neonatais.

 No futuro o seu risco de doenças metabólicas como obesidade, diabetes e hipertensão arterial está aumentado. 

Como já referido, a restrição do crescimento fetal permanece uma causa importante de complicações perinatais, no entanto com a sua deteção precoce e vigilância a taxa de sobrevivência atinge valores superiores a 90% e apenas uma minoria dos bebés ficarão com sequelas.

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