Introdução
Amenorreia Primária consiste na ausência de menstruação aos 15 anos, na presença de normal crescimento e desenvolvimento de caracteres sexuais secundários (pelos púbicos e axilares e desenvolvimento mamário) ou aos 13 anos em doentes ainda sem desenvolvimento de caracteres sexuais secundários. Pode ser causada por diversos fatores, nomeadamente anomalias genéticas, alterações endócrinas ou anatómicas.
A amenorreia primária constitui uma situação clínica de difícil conduta, sendo muitas vezes um verdadeiro desafio da endocrinologia ginecológica
Frequência
A Amenorreia Primária tem uma prevalência <1/100, não havendo predomínio racial ou étnico.
Causa
Uma anomalia a nível do cérebro, ovário, ou aparelho genital (útero, colo e vagina) pode ser a causa da ausência de menstruação.
Sinais e sintomas
Ausência de menstruação que pode associar-se a acne, aumento dos pelos, dores abdominais, atraso do desenvolvimento mamário.
O que fazer
A Amenorreia Primária exige a procura de um médico diferenciado na área da Ginecologia/Endocrinologia para uma correta avaliação da causa subjacente, uma vez que na maioria dos casos é possível o tratamento do quadro clínico.
Tratamento
O tratamento da amenorreia primária passa por tratar a causa subjacente, e se possível e desejado, permitir que a doente engravide.
As doentes com Síndrome de Turner devem ser avaliadas do ponto de vista de risco cardiovascular, e fazer terapêutica com hormonas (estroprogestativo), desde que não haja contraindicações.[fg1] [RR2] A terapêutica estroprogestativa é útil na prevenção da descalcificação óssea, na redução do risco cardiovascular e na manutenção da hidratação e elasticidade da vagina e vulva.
A anomalias anatómicas exigem correção cirúrgica para resolução do quadro. Nos casos de ausência de útero, as doentes devem ser informadas da impossibilidade de engravidarem. Estas doentes devem ter acompanhamento psicológico.
A terapêutica da Síndrome do Ovário Poliquístico é dirigida ao tratamento de sintomas, à diminuição do risco de diabetes e de gorduras no sangue, e atendendo aos objetivos da mulher (necessidade de contraceção ou desejo de gravidez).
A amenorreia hipotalâmica funcional é geralmente reversível através da otimização dos fatores que estão na sua génese: aumento de peso, redução da intensidade de exercício, tratamento da doença sistémica associada, dieta.
Em doentes com Défice Congénito de GnRH, a ministração exógena de gonadotropinas ou GnRH de forma pulsátil deve ser sugerida em caso de desejo de engravidar.
[fg1]Remover “formais”
[RR2]Feito
Evolução / Prognóstico
O prognóstico depende da causa subjacente. É possível uma gravidez na maioria dos casos, por vezes com necessidade de recurso a técnicas de procriação medicamente assistida. Excetuam-se as doentes com Agenesia Mulleriana sem útero, sendo neste caso impossível engravidarem.
Prevenção / Recomendações
A educação para a saúde sexual e reprodutiva é fundamental para um correto conhecimento do ciclo menstrual e monitorização do padrão hemorrágico.
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