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Introdução

A hipertrofia dos pequenos lábios (HPL) da vulva é caracterizada, geralmente, pela protuberância de tecido labial para além dos limites dos grandes lábios. (1-3)

A maioria dos casos é de causa desconhecida. (1,4) Apesar das alterações no formato e tamanho dos pequenos lábios serem consideradas, em regra, variantes anatómicas do normal, a HPL pode interferir negativamente na qualidade de vida da mulher, quer a nível funcional quer estético. (1,4)

A abordagem terapêutica inicial destes casos deve basear-se no aconselhamento (incluindo avaliação psicológica, se necessário) e esclarecimento acerca das diversas variantes da normalidade da anatomia vulvar e no controlo dos sintomas através de uma higiene adequada, evicção de roupa íntima apertada ou da depilação integral da área genital. (1,3)

A correção cirúrgica pode ser proposta perante o insucesso dos restantes tratamentos, contudo o resultado pretendido pode não ser alcançado e várias complicações podem decorrer da cirurgia. (2)

Sinais e sintomas

Maioria das mulheres é assintomática.

Contudo, a HPL pode causar desconforto/dor com a penetração, com uso de roupa apertada ou com a prática de desporto (nomeadamente, ciclismo, corrida ou equitação); sensação de “corpo estranho” vulvar e necessidade de redução manual; dificuldade na realização da sua higiene íntima, inflamação vulvar ou infeções vulvovaginais recorrentes. (1-5)

O que fazer

Tranquilizar e esclarecer que a maioria dos casos constituem uma variante anatómica do normal.

Na presença de sintomatologia, explicar as opções de tratamento (optar, preferencialmente, pela vigilância).

Tratamento

Vigilância

  • Constitui a abordagem inicial (1-5)
  • É importante esclarecer que, na maioria dos casos, a assimetria ou hipertrofia labial constituem alterações na forma e tamanho dos pequenos lábios e representam uma variante anatómica do normal. (1)
  • Promover a adoção de hábitos e cuidados de higiene vulvares adequados, nomeadamente: uso de produtos apropriados (hipoalergénicos, adstringência suave e pH ácido), utilizar pensos higiénicos respiráveis (sem película plástica) e abster-se do seu uso sistemático, evicção de roupas demasiado justas ou apertadas e da depilação integral genital. (1)
  • Ponderar avaliação psicológica perante a suspeita de dismorfismo corporal (nomeadamente, nas adolescentes) (1,2)

Cirurgia

  • Deve ser ponderada na persistência dos sintomas e após aconselhamento e instrução dos cuidados de higiene vulvar (nas adolescentes, a eventual correção deve ser proposta após o desenvolvimento pubertário estar concluído). (1-5)
  • O resultado estético e/ou funcional pretendido pode não ser alcançado com a cirurgia. Complicações pós-cirúrgicas incluem: hemorragia, hematoma, dor vulvar crónica, dispareunia, diminuição do prazer sexual, recorrência, deiscência da ferida operatória com necessidade de re-sutura, cicatrizes hipertróficas, fibrose, formação de aderências ou infeção. (1-5)
  • Existem várias técnicas cirúrgicas descritas na literatura (incluindo, com recurso a LASER). Não existe consenso acerca do procedimento cirúrgico ideal. (1,2)
  • O procedimento é realizado, geralmente, no bloco operatório sob anestesia geral, regional ou local. (1,2)
  • Contra-indicações relativas à cirurgia: pacientes imunodeprimidas, com distúrbios hemorrágicos ou hipocoaguladas. (5)
  • Recomendações pós-operatórias (1,5): 
    • efetuar higiene genital com regularidade, mantendo a área limpa e seca; 
    • é desaconselhado o uso de roupa interior demasiado apertada que interfira com o processo cicatricial e optar por roupa que favoreça a ventilação local; 
    • evitar esforços físicos extenuantes durante os primeiros 7-14 dias;
    • analgesia em SOS com anti-inflamatórios não esteróides. Banhos de assento podem proporcionar alívio nas primeiras 24h após a cirurgia
    • aplicação de gelo perineal durante as primeiras 24-48h;
    • retomar atividade sexual após completa cicatrização.
  • Sinais de alerta após a cirurgia e que devem motivar observação médica: febre, incremento da dor apesar de analgesia instituída, edema local ou exteriorização de conteúdo purulento através da ferida operatória. (5)

Evolução / Prognóstico

A maioria das mulheres submetidas à correção cirúrgica ficam satisfeitas com o resultado. (2)

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