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Introdução

Amenorreia Secundária consiste na ausência de menstruação por mais de 3 meses emmulheres com menstruações regulares, ou 6 meses em mulheres com menstruações prévias irregulares. 

Frequência

Excluindo a gravidez, a amenorreia secundária afeta cerca de 5% das mulheres.

Causa

Um ciclo menstrual fisiológico exige a função orquestrada de vários componentes, sendo que um defeito em algum dos níveis da regulação menstrual pode causar amenorreia:

  • Hipotálamo – cerca de 35% (na maioria dos casos, amenorreia hipotalâmica funcional)
  • Hipófise – 17% 
    • Hiperprolactinémia: 13%
    • Síndrome da Sela Vazia: 1,5%
    • S. Cushing: 1%
  • Ovário – 40% Síndrome do Ovário Poliquístico (SOP): 30% Insuficiência Ovárica Precoce (IOP): 10%
  • Trato genital inferior – 7%, relacionado com Síndrome de Asherman (presença de aderências nas paredes do útero)
  • Outras – 1%: hiperplasia congénita da suprarrenal; hipotiroidismo; tumores produtores de hormonas masculinas

 [fg1]Em mulheres com menstruações regulares 

Sinais e sintomas

O quadro clínico da amenorreia secundária varia consideravelmente consoante a causa.

O quadro clínico da amenorreia secundária varia consideravelmente consoante a causa.

Doentes com Amenorreia Hipotalâmica Funcional apresentam muitas vezes baixo peso corporal, hábitos de exercício físico vigoroso ou défices nutricionais, bem como ansiedade isolada ou na sequência de um evento agudo de trauma emocional grave

O Síndrome do Ovário Poliquístico está mais frequentemente associado a diminuição da frequência de ciclos menstruais, acompanhando-se caracteristicamente de sinais de excesso de hormonas masculinas - hiperandrogenismo (acne, hirsutismo), síndrome metabólico (aumento do peso) e a ovários com morfologia poliquística.

A hiperprolactinémia pode cursar com sinal de escorrência mamilar láctea, e em alguns casos com sintomas neurológicos ou défice de outras hormonas. A Insuficiência Ovárica Prematura cursa com outros sintomas típicos do défice de estrogénios como afrontamentos e secura vaginal.

Algumas Doenças Sistémicas podem  também provocar amenorreia, como a Diabetes Mellitus Tipo 1, a Doença Celíaca, ou a patologia da tiróide nomeadamente tiroidite, sendo o quadro clínico dominado pela patologia associada.

O que fazer

A Amenorreia Secundária exige a procura de um médico diferenciado na área da Ginecologia/Endocrinologia para uma correta avaliação da causa subjacente, uma vez que na maioria dos casos é possível o tratamento.

Tratamento

O tratamento da amenorreia secundária passa por tratar a causa subjacente, e se possível e desejado, permitir que a doente possa engravidar.

As doentes com Amenorreia Hipotalâmica Funcional apresentam uma reversão total do quadro quando corrigido o défice que está na base da disfunção: otimização da dieta, com aumento de peso, e diminuição da intensidade de exercício físico, bem como a abordagem do eventual trauma emocional subjacente.

A terapêutica do Síndrome do Ovário Poliquístico depende da idade e do objetivo da mulher. Na maioria dos casos, a pílula está indicada, e as mulheres que não conseguem engravidar devem procurar uma consulta especializada. Revela-se de grande importância o controlo hormonal, nomeadamente as hormonas masculinas e a prevenção do risco de aumento das gorduras no sangue e de diabetes. 

Nas situações de amenorreia por Doença Sistémica a otimização da patologia geralmente permite a regularização do ciclo menstrual. 

Na Insuficiência Ovárica Prematura é fundamental a terapêutica com hormonas, com o intuito de aliviar os sintomas da privação de estrogénio, diminuir o risco cardiovascular e prevenir a descalcificação óssea.

Em doentes com Síndrome de Asherman, a histeroscopia (endoscopia do útero) constitui uma possibilidade de tratamento através da lise de aderências.

 

Evolução / Prognóstico

O prognóstico depende da causa subjacente. É possível atingir a fertilidade na maioria dos casos. Com menor frequência e na presença de outros fatores associados pode ser necessário o recurso a técnicas de procriação medicamente assistida. 

Prevenção / Recomendações

A educação para a saúde sexual e reprodutiva é fundamental para um correto conhecimento do ciclo menstrual e monitorização do padrão hemorrágico.

É recomendada uma dieta equilibrada, exercício físico moderado e manter o peso dentro dos valores normais. 

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