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Introdução

Úlceras vulvares são feridas que se desenvolvem nos genitais externos e que expõem os tecidos mais profundos. 

Frequência

Qualquer mulher, independentemente da idade, grupo étnico, orientação sexual e estatuto socioeconómico, pode desenvolver úlceras vulvares.

São mais comuns na mulher adulta e raras na criança ou adolescente antes do início da atividade sexual. A incidência global estimada é de mais de 20 milhões de casos por ano.

Causa

A maioria das úlceras vulvares são causadas por infeções sexualmente transmissíveis (ISTs), nomeadamente herpes e sífilis. 

Outras causas possíveis são: infeção fúngica (exemplo: candidíase), reação alérgica (exemplo: produtos de higiene, fármacos), trauma (exemplo: relação sexual, depilação, lesões de coceira) ou doenças autoimunes (exemplo: doença de Beçhet, doença de Crohn), entre outras .

Na criança e adolescente não sexualmente ativa normalmente surgem no contexto de uma reação de hipersensibilidade a uma infecção vírica sistémica (úlcera aftosa / de Lipschütz).

Sinais e sintomas

Nos estadios iniciais, podem parecer pequenas erupções cutâneas. Também, na zona da virilha, pode notar massas desconfortáveis ao toque (gânglios linfáticos reativos). As úlceras tendem a piorar com o tempo, e podem libertar pus ou secreções.

Algumas úlceras não causam sintomas. Outras são dolorosas e associam-se a diminuição da qualidade de vida. Pode também sentir ardor, comichão, dor ao urinar ou ao ter relações sexuais e/ou corrimento vaginal que pode cheirar mal.

No caso de aparecimento de novo de úlceras vulvares ou outros dos sintomas associados, deve procurar marcar consulta com o médico de família.

O seu médico assistente vai, através da história clínica (questionando acerca de queixas associadas, antecedentes de outras doenças, alterações do estilo de vida, atividade sexual, entre outros) e do exame físico (número, localização e aspecto das úlceras, e presença de nódulos linfáticos nas virilhas), procurar chegar a um diagnóstico.

Pode ser necessária a realização de outro tipo de estudo como análises ao sangue, à urina, às secreções da úlcera ou biópsia para se chegar ao diagnóstico definitivo

Tratamento

O tratamento depende da causa:

  • Nas ISTs, o tratamento da doença com antibióticos/antivíricos normalmente resolve, com exceção do herpes que não tem cura e que pode provocar úlceras recorrentes. 
  • No caso de úlceras por autoimunidade ou reação alérgica, a utilização de anti-histamínicos pode conferir alívio e prevenir a formação de novas lesões.
  • Pode ser necessário recorrer a tratamento antifúngico no caso de infeção fúngica.

Para diminuir o desconforto pode tomar anti-inflamatórios orais (exemplo: ibuprofeno), colocar gel anestesiante sobre a úlcera (exemplo: lidocaína gel a 2%) e cremes de barreira.

A aplicação de compressas quentes sobre as úlceras proporciona alívio da dor e comichão e as compressas frias alívio do inchaço.

Pode ainda recorrer a banhos de assento para alívio geral do desconforto (encher uma banheira com água morna em quantidade suficiente para cobrir a anca quando se sentar, várias vezes ao dia durante períodos de 15-30 minutos, conforme necessidade).

Evolução / Prognóstico

As úlceras vulvares podem originar outros problemas de saúde se não forem tratadas de forma correta, como: infeção, aderências, cicatrização incorreta e aumento do risco de aquisição de outras ISTs.

No entanto, com a terapêutica adequada, na maioria das vezes há recuperação total sem complicações, no espaço de 1-4 semanas, dependendo da causa. Se os sintomas não estiverem a melhorar, pode significar que o tratamento não é o correto, e nesse caso deve procurar marcar consulta com o médico de família no sentido de procurar outras causas.

Prevenção / Recomendações

  • A melhor forma de prevenção das úlceras por ISTs passa pelo sexo seguro (usar preservativo, fazer rastreios regulares e questionar parceiros acerca da presença de ISTs). 
  • Medidas gerais que podem ajudar na prevenção são:
  • higiene com água e sabão suave não perfumado;
  • manter-se hidratada (beber pelo menos dois litros de água por dia);
  • urinar logo após as relações sexuais;usar roupa interior de algodão e
  • evitar roupa muito apertada na região genital. 

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