Avaliação de um casal com infertilidade
Introdução
A infertilidade define-se por incapacidadede obter uma gravidez após 12 meses de relações sexuais regulares e sem contraceção, ou pela incapacidade de uma pessoa se reproduzir tanto como indivíduo ou como o seu parceiro
Frequência
Este trata-se de um problema de saúde pública, cuja prevalência é difícil de avaliar, atingindo cerca de 10 a 15% dos casais segundo a Direção Geral de Saúde (DGS).
Causa
A causa da infertilidade é em cerca de 1/3 dos casos devido a fatores femininos, 1/3 a fatores masculinos e no restante 1/3 a ambos. Após o estudo do casal, quando não se identifica a provável causa responsável pela infertilidade, classificamos a infertilidade como idiopática que pode chegar a 15% dos casos.
Sinais e sintomas
Incapacidade de obter uma gravidez após 12 meses de relações sexuais regulares e sem contraceção.
O que fazer
Recorrer à consulta de Ginecologia para avaliação do casal com infertilidade, após 12 meses de relações sexuais regulares sem contraceção e ausência de gravidez. Se a mulher tiver 35 anos ou mais o estudo deve ser iniciado aos 6 meses de relações desprotegidas e ausência de gravidez.
A avaliação mais precoce também está recomendada perante fatores de risco de infertilidade, tais como, antecedentes de patologia oncológica com necessidade de quimioterapia e/ou radioterapia, tumor e/ou torção testicular.
Esta avaliação consiste no estudo do casal, através de uma história clínica completa (perguntas sobre doenças, cirurgias, entre outras), um exame objetivo detalhado incluindo o exame ginecológico e pedido de exames complementares de diagnóstico. O objetivo reside na identificação e correção da possível causa de infertilidade.
Os exames complementares de diagnóstico habitualmente solicitados ao elemento feminino do casal são:
- Análises de sangue, nomeadamente doseamentos hormonais e analises pré-concecionais.
- De acordo com o objetivo, as análises são realizadas pelo 2º ao 4º dia e/ou pelo 23º dia do ciclo menstrual.
- Ecografia transvaginal
- Este exame de imagem é importante na avaliação de existência de patologia ginecológica, nomeadamente do útero, trompas e ovários, permite a avaliação reserva ovárica e possibilita a avaliação da resposta ao tratamento.
- Histerossonossalpingografia e/ou histerossalpingografia
- Estes exames permitem a avaliação da permeabilidade das trompas uterinas, bem como da cavidade uterina.
- A histerossonossalpingografia é habitualmente o exame de 1º linha, sendo a histerossalpingografia realizada caso persistam dúvidas relativamente à permeabilidade tubária.
- O exame deve ser realizado na primeira fase do ciclo menstrual, habitualmente entre o 8º e o 12º dia do ciclo menstrual.
A avaliação do elemento masculino deve iniciar-se pelo espermograma. Este exame deve ser realizado após 48 a 72 horas de abstinência sexual e permite avaliar a qualidade espermática, nomeadamente a concentração, a mobilidade e a morfologia dos espermatozóides.
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