Introdução
O cancro da vagina é um cancro ginecológico raro e o seu diagnóstico é realizado após exclusão de outros tipos de cancro do aparelho ginecológico, nomeadamente cancro do colo do útero e da vulva. A maior parte das lesões na vagina representam metástases do cancro do colo do útero e vulva, mas também de outros tipos de cancro, como é o exemplo da mama, endométrio e ovário.
Frequência
É um cancro que afeta cerca de 1 em cada 100 mulheres. Tipicamente mais frequente nas mulheres pós-menopausa com idade média de 70 anos. Em cerca de 50% dos casos, este cancro ocorre em mulheres infetadas pelo vírus do papiloma humano (HPV).
Sinais e sintomas
Existem vários fatores de risco associados a este cancro, pelo que é necessário estar em alerta perante os seguintes:
- Infeção pelo HPV – o principal fator de risco;
- Múltiplos parceiros sexuais;
- Primeira relação sexual antes dos 17 anos;
- Fumadora;
- História prévia de verrugas nos genitais;
- Antecedentes de cancro do colo do útero;
- Infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH).
O cancro da vagina não provoca, geralmente, sintomas e, na maior parte das vezes, é detetado acidentalmente em consultas ou exames de rotina, como por exemplo, nas citologias de rastreio do cancro do colo do útero.
Em casos sintomáticos, o principal sintoma são as perdas de sangue indolores pela vagina ou corrimento diferente do habitual e com cheiro fétido.
Associadamente também podem apresentar sintomas urinários (por exemplo, dor ao urinar, sangue na urina ou necessidade de urinar mais que o habitual), sensação de corpo estranho ou massa na vagina, sintomas intestinais (obstipação, sensação de evacuar constante ou dor a tentar evacuar), comichão persistente, dor durantes as relações sexuais e dores no fundo da barriga. Porém, estes sintomas não são específicos podendo estar associados a outros problemas.
O que fazer
Em situações de sintomas e fatores de risco associados ao cancro da vagina, deve ser observada por um ginecologista, de modo a poder ser realizado um exame ginecológico detalhado, bem como realização de exames de diagnóstico adicionais, para eventual biópsia de lesão suspeita.
Perante confirmação de diagnóstico de cancro da vagina é necessário a realização de exames de imagem para uma melhor caraterização da invasão da doença nos órgãos adjacentes ou em órgãos mais distantes.
Os exames necessários para o estadiamento podem incluir ressonância magnética, uma tomografia computorizada ao tórax, e, em algumas situações, exames mais invasivos para caraterizar lesões na bexiga e no reto.
Tratamento
Existem várias opções de tratamento no cancro da vagina e a escolha do mesmo deve de depender da gravidade da doença, da idade da mulher e da função sexual da mesma.
O principal tipo de tratamento é a radioterapia, sendo utilizado na maioria dos casos.
Em situações iniciais com doença local, a cirurgia pode ser necessária para remoção de uma parte da vagina ou, em situações mais avançadas, a possibilidade de retirar vagina, útero, ovários, bexiga, recto e parte do intestino grosso.
A quimioterapia geralmente não é utilizada isoladamente e é apenas útil em casos particulares.
Evolução / Prognóstico
O principal determinante do prognóstico é o estadio inicial da doença no momento do diagnóstico. A taxa de sobrevivência dos estadios mais iniciais é favorável (até cerca de 96%), ao contrário dos estadios mais avançados que associam-se a um prognóstico mais reservado.
Prevenção / Recomendações
A principal medida preventiva é a vigilância ginecológica regular e realização dos rastreios recomendados. A vacinação e o uso de preservativo são medidas de prevenção contra a infeção do HPV.
Saber Mais
Cancro da vagina; Vírus do papiloma humano; Vaginectomia; Quimioterapia; Radioterapia;
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