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Introdução

Existem 2 tipos de partos: eutócico e distócico.

O parto eutócico é o dito “normal”, sem necessidade de recorrer a instrumentos para ajudar no parto.

Pelo contrário, o parto distócico é um parto instrumentado e divide-se em 2 subtipos: parto vaginal instrumentado (fórceps e ventosa) e cesariana.

A decisão de usar um instrumento para realizar o parto tem em consideração o impacto tanto materno, como fetal/neonatal e o equilíbrio em relação às opções alternativas e à gestão de expectativas.

O que fazer

CESARIANA

Define-se cesariana como um parto realizado através de uma incisão no abdómen e no útero.

Quanto à respetiva urgência, pode classificar-se em:

  1. Eletiva/programada: cesariana programada para um dia futuro
  2. Urgente: cesariana a acontecer brevemente
  3. Emergente: cesariana a acontecer no momento

Indicações:

Consideram-se indicações as situações em que o trabalho de parto é impossível ou contra-indicado, incluindo-se as que constituem um risco para a grávida e/ou feto. 

Dividem-se em maternas, fetais ou decorrentes da própria gravidez, e as mais frequentes são:

  • Indicações maternas: alguma doença materna ou cirurgia prévia que seja contraindicação para um parto vaginal.
  • Indicações fetais: alguma doença fetal que seja contraindicação para parto vaginal; ou suspeita de sofrimento fetal durante o trabalho de parto.
  • Indicações decorrentes da própria gravidez: determinadas alterações da placenta; perda de sangue vaginal em quantidade significativa; falha de indução de trabalho de parto; algumas gravidezes gemelares; ou algumas doenças próprias da gravidez.

De realçar que, apesar de listadas as indicações mais frequentes, não são as únicas e cada caso deve ser avaliado individualmente.

Complicações

Dentro das várias complicações, a curto prazo destacam-se:

  • Infeção da ferida de cesariana
  • Perda de sangue
  • Lesão de órgãos perto do útero (bexiga, intestino, ureteres, etc) 
  • Formação de trombos nas veias
  • Paragem transitória do trânsito intestinal
  • Lesões no recém-nascido (principalmente feridas pequenas nas cesarianas emergentes)
  • Dificuldade respiratória no recém-nascido

Uma cesariana durante o trabalho de parto está associada a uma maior taxa de complicações que uma cesariana eletiva.

A mortalidade materna e/ou neonatal em mulheres submetidas a cesariana é rara.

Já a longo prazo, numa gravidez futura existe:

  • Maior risco de vir a ter placenta implantada fora do local ideal (chamada placenta prévia – implantação perto do colo do útero; ou acretismo placentário– implantação mais profunda que o normal)
  • Maior risco de aborto espontâneo

Tratamento

PARTO APÓS CESARIANA PRÉVIA

Após um parto por cesariana, é possível realizar um parto quer por cesariana, quer vaginal, conforme as características individuais de cada gravidez

Riscos e benefícios de parto vaginal VERSUS cesariana eletiva (ambos após uma cesariana prévia):

Os maiores riscos de tentativa de parto vaginal são: necessidade de cesariana urgente/emergente (ao invés de programada desde o início) e rotura uterina, que pode associar-se a desfechos graves como morte fetal.

O grande benefício do parto vaginal é a menor morbilidade associada, comparando tanto com cesariana urgente/emergente como com eletiva.

Existem riscos e benefícios tanto maternos como neonatais:

A nível materno:

  • Risco de rotura uterina: rara.
  • Risco de infeção: o parto vaginal está a associado a menos infeções. No entanto, uma cesariana durante o trabalho de parto tem o maior risco de infeção que uma cesariana eletiva.
  • Risco de remoção cirúrgica do útero no parto: caso haja, por exemplo, rotura do útero.
  • Risco de distúrbios do pavimento pélvico: apesar de a cesariana aparentemente ser mais protetora que os partos vaginais, o benefício absoluto não é claro.
  • Momento da alta pós-parto: os partos vaginais têm um internamento mais curto que uma cesariana.
  • Contraceção permanente (laqueação das trompas): apesar de poder ser feita durante a cesariana, também pode ser realizada no pós-parto de um parto vaginal.

A nível neonatal:

  • Desfecho perinatal e neonatal: existem piores desfechos nos partos vaginais após cesariana prévia quando comparado com cesariana eletiva.
  • Alterações respiratórias transitórias do recém-nascido: é mais comum na cesariana eletiva do que no parto vaginal após cesariana prévia.
  • Infeção generalizada do recém-nascido: aparentemente mais frequente nos partos vaginais do que cesariana eletiva após cesariana prévia.

Evolução / Prognóstico

Complicações de múltiplas cesarianas repetidas: 

Quanto maior o número de cesarianas prévias, maior o risco de complicações, destacando-se alterações da inserção da placenta, maior risco de perda de sangue com necessidade de remoção do útero durante a cesariana e lesões de órgãos perto do útero (lesão da bexiga, do intestino, etc) durante a cesariana.

De realçar que, ter sido submetida a pelo menos 2 cesarianas, é indicação para cesariana eletiva.

Saber Mais

“Parto vaginal instrumentado”

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