Introdução
O VIH é uma doença viral. Causa diminuição da atividade do sistema imunitário, responsável pela proteção do organismo contra infeções ou neoplasias.
Ocorre multiplicação do vírus no organismo da pessoa infetada, que leva a eliminação de células do sistema imunitário (as células CD4).
Transmite-se por via sexual, sangue (por exemplo, picada de agulha) ou de mãe para filho durante a gravidez, parto ou amamentação.
Estima-se que mais de 38 milhões de pessoas vivam com a doença, a maioria no continente africano.
Sinais e sintomas
A infeção por VIH tem diferentes fases.
A fase inicial, o período de 6 meses após contrair a doença, é assintomática na maioria das pessoas. Contudo, em alguns casos, pode associar-se a sintomas inespecíficos e de curta duração, como febre, gânglios aumentados, dor de garganta ou dor de cabeça.
Durante a fase seguinte, a de infeção crónica, o nível de vírus em circulação permanece estável e a maioria das pessoas permanece assintomática. Contudo, o número de células CD4 (células do sistema imunitário) continua a diminuir progressivamente.
Quando o número de células CD4 diminui de forma marcada, a doença entra na fase de SIDA (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida). Esta fase caracteriza-se pelo aparecimento de infeções oportunistas ou de certas neoplasias, que não surgem em pessoas saudáveis e com o sistema imunitário competente.
O que fazer
Na presença de sintomas, contacto sexual de risco (por exemplo, relação sexual não protegida com parceiro com risco de infeção VIH, múltiplos parceiros) ou exposição a sangue (após picada com agulha, por exemplo), deve procurar ajuda médica.
Através de análises sanguíneas, pela pesquisa de vírus em circulação, é possível o diagnóstico da infeção.
Tratamento
O tratamento, chamado terapêutica antirretroviral, são comprimidos orais a ser tomados diariamente. Deve ser iniciada imediatamente após o diagnóstico da infeção.
Terapêutica preventiva
Após contacto de alto risco à infeção, deve ser oferecida medicação antirretroviral nas primeiras 72 horas. É a chamada profilaxia pós-exposição.
A profilaxia pré-exposição, ou seja medicação diária com o objetivo de evitar a aquisição da infeção pode ser considerada em pessoas de alto risco (por exemplo, parceiro com VIH).
Gravidez e parto
Qualquer mulher com VIH deve realizar aconselhamento pré-concecional antes da gravidez, uma vez que existe o risco de transmitir a infeção ao bebé se a doença não se encontrar controlada.
Idealmente, os níveis do vírus em circulação no sangue (carga viral) não devem ser detetáveis.
A medicação deve ser mantida ao longo da gravidez.
Os níveis de vírus em circulação no sangue devem ser monitorizados ao longo da gravidez e no parto. Se a carga viral for baixa, o parto vaginal é seguro. A cesariana está indicada se a carga viral for elevada.
Durante o parto, é necessária a administração de medicação antirretroviral se a carga viral for elevada ou desconhecida e em mulheres não tratadas.
A amamentação em mulheres com VIH está conta-indicada pelo risco elevado de transmissão de VIH ao recém-nascido.
Evolução / Prognóstico
A resposta à medicação é feita pela medição da carga viral. Se a medicação for cumprida e a carga viral for baixa, a esperança de vida é semelhante à das pessoas saudáveis.
Mulheres com VIH têm maior risco de certas doenças ginecológicas, como candidíase, doença inflamatória pélvica ou cancro do colo do útero.
O rastreio de cancro do colo do útero deve ser iniciado aos 25 anos e repetido num intervalo de 3 a 5 anos. A vacina contra HPV é indicada (3 doses), na ausência de vacinação prévia.
Prevenção / Recomendações
A prevenção da transmissão passa pela utilização do preservativo.
O rastreio (testagem em pessoas saudáveis) é indicado pelo menos uma vez na vida entre os 13 e os 75 anos, durante a gravidez, se o parceiro for sero-positivo ou perante comportamentos de risco (múltiplos parceiros sexuais, consumidores de drogas endovenosas).
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