Anomalias da placenta e cordão umbilical
Introdução
A placenta é a estrutura que liga a mãe ao feto, é formada por cordão umbilical, membranas e a estrutura central da placenta e apresenta 2 lados, um materno e um fetal.
A placenta é responsável por fornecer alimento, na forma de nutrientes, e oxigénio ao feto.
Anomalias placentares podem refletir e influenciar a saúde tanto do feto como da mãe.
O cordão umbilical é constituído por 2 artérias umbilicais, que conduzem o sangue pobre em oxigénio do feto à placenta, e por 1 veia umbilical, que conduz o sangue rico em oxigénio da placenta ao feto, rodeados por uma substância gelatinosa e recoberto por uma membrana.
Sinais e sintomas
A placenta e cordão umbilical são avaliados ao longo da gravidez através da ecografia e depois são observados e inspecionados quando a placenta é expulsa no parto.
Após a expulsão da placenta é importante avaliar a placenta e cordão umbilical pois trazem-nos informações acrescidas sobre a saúde do feto e da mãe.
Cordão umbilical
À inspeção do cordão umbilical devemos estar especialmente alertas aos seguintes parâmetros; cor, comprimento, forma, número de vasos, local de inserção do cordão na placenta, cumprimento e presença de nós.
O cordão umbilical normal tem uma aparência branca, opaca e brilhante, uma forma em espiral onde os vasos estão enrolados sobre si próprios, tem em média 55 cm de comprimento, 3 vasos sanguíneos e insere-se no centro da placenta.
Existem algumas variedades de inserções do cordão umbilical na placenta que podem estar associadas a alguns riscos como a inserção vilamentosa, a inserção furcada e a inserção marginal em que o cordão não entra diretamente no centro da placenta.
Estas anomalias podem estar associadas a risco de restrição de crescimento para o feto, prematuridade, baixa pontuação na escala APGAR ao nascimento e parto pré-termo
Anomalias na inserção do cordão umbilical estão mais frequentemente presentes em gestações múltiplas e em gestações pós técnicas de reprodução assistida, particularmente fertilização in vitro.
Quanto à presença de nós no cordão umbilical, existem dois tipos de nós que podemos encontrar, os nós falsos que não passam de tortuosidades fáceis de restabelecer e os nós verdadeiros, em que o cordão enrolou sobre si próprio formando um nó geralmente simples e único.
Os nós verdadeiros estão associados a um risco aumentado de morte fetal principalmente no segundo trimestre quando os fetos têm mais espaço para se movimentarem.
A placenta é constituída por uma massa central e duas membranas que juntas formam a bolsa amniótica onde circula o líquido amniótico. O peso da placenta está correlacionado com o peso fetal, apresentando no final da gestação uma relação de 1:7 com o peso fetal. Doenças da mãe ou do feto influenciam diretamente o peso da placenta, um peso placentar aumentado está associado a diabetes gestacional, anemia materna, hidrópsia fetal e sífilis congénita enquanto que restrição crescimento fetal, pré-eclampsia e exposição fetal a álcool estão associadas a peso placentar reduzido.
No lado da mãe, observam-se os cotilédones, de coloração bordeaux, e deve ser assegurado após a expulsão da placenta que esta face se encontra completa pois a ausência de um ou mais cotilédones pode significar que ficaram restos placentares no útero que terão de ser manualmente removidos sob risco de causarem infeção ou hemorragia no pós-parto.
No lado do feto tem uma coloração cinzento-azulada, brilhante e translucida onde é possível observar as ramificações dos vasos cobertos por membranas.
Apesar da placenta poder apresentar muitas formas distintas algumas variantes têm um risco superior de complicações durante a gravidez ou parto tais como a placenta sucenturiada, placenta membranácea, placenta bilobada, placenta circunvalada e placenta circunmarginada. Algumas destas variedades estão associadas a risco aumento de hemorragia e infeção no pós-parto, restrição crescimento do feto, rotura prematura de membranas e parto pré-termo.
O que fazer
Avaliação Imagiológica
A avaliação por ecografia que se realiza ao longo da gravidez permite identificar algumas anomalias placentares e de cordão umbilical.
O cordão umbilical consegue ser avaliado por ecografia a partir da oitava semana de gravidez e os vasos umbilicais a partir do final do primeiro trimestre. Na ecografia de primeiro trimestre é importante avaliar a existência dos 3 vasos umbilicais e a sua inserção na parede abdominal do feto e na placenta.
Na ecografia de segundo trimestre um importante parâmetro é a localização placentar, esta pode ser classificada em alta, baixa e prévia.
A placenta alta encontra-se a uma distância superior a 20 mm do orifício cervical interno do colo do útero, a placenta baixa encontra-se a uma distância inferior a 20 mm mas sem relação direta com o orifício cervical interno enquanto que a placenta prévia apresenta um relação direta como orifício cervical interno.
O uso de ecografia transvaginal no diagnostico pré-natal tem permitido um diagnóstico mais precoce de localização placentar anormal e um planeamento de terminação de gravidez adequado reduzindo a ocorrência de hemorragia anómala.
Através da ecografia é também possível identificar uma situação de vasa prévia em que os vasos umbilicais se inserem na placenta através das membranas encontrando-se em relação com o OCI. Vasa prévia está associada a um risco de hemorragia fetal grave por extravasamento em caso de rutura de membranas sendo importante o diagnóstico e planeamento de terminação de gravidez atempado.
Prevenção / Recomendações
Quanto à deteção de anomalias de placenta e cordão umbilical recomenda-se a vigilância preconizada da gestação com médico assistente e realização das ecografias de primeiro, segundo e terceiro trimestre onde a placenta e cordão umbilical são avaliados e qualquer anomalia detetada será investigada e orientada de acordo com as normas.
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