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Introdução

A contraceção de emergência (CE) refere-se ao conjunto de métodos que podem ser utilizadas após uma relação sexual desprotegida ou mal protegida, bem como em situações de sexo não consentido caso a mulher não use nenhum método com o intuito de reduzir o risco de engravidar. 

Frequência

Cerca de 1 em 9 mulheres, ao longo da sua vida reprodutiva, tendem a utilizar contraceção de emergência. 

Sinais e sintomas

Em que situações está indicado fazer contraceção de emergência?

Relações sexuais desprotegidas, principalmente a partir do 3º dia da menstruação;

Existem várias indicações para a realização da CE: 

  • Rotura, retenção ou não utilização do preservativo durante a relação sexual;
  • Esquecimento superior a ≥ 3 dias de pílulas combinadas, adesivo ou anel vaginal;
  • Início da utilização de pílula combinadas e antes da utilização por 7 dias consecutivos (para início fora do primeiro dia do ciclo);
  • Esquecimento > 36 horas após último comprimido de desogestrel;
  • Esquecimento > 48 horas após último comprimido de drospirenona;
  • Início da utilização do contracetivo e antes da utilização por 2 dias consecutivos (para início fora do primeiro dia do ciclo), de pílula progestativa ou implante subcutâneo;
  • Implantes subcutâneos colocados há >5 anos; 
  • Expulsão parcial ou total do dispositivo intrauterino;
  • Primeiros 7 dias após colocação do dispositivo intrauterino de levonorgestrel (se a colocação não tiver ocorrido nos primeiros 5 dias do ciclo);
  • Durante e até 28 dias após suspensão de medicamentos como a Rifampicina, Fenitoína, Fenobarbital, Carbazepina, Efavirenz, Fosfenitoina, Nevirapina, Oxcarbazepina, Primidona, Rifabutina, Erva de St John / Hipericão.

O que fazer

Na maioria dos casos, não são necessários exames ou avaliação médica, exceto na suspeita de violação.

Antes da utilização da CE oral, conhecida como pílula do dia seguinte, ou colocação do dispositivo intrauterino, deve ser realizado um teste de gravidez para exclusão da mesma. 

A CE divide-se em dois grupos, o dispositivo intra-uterino (DIU) e a contraceção hormonal oral. 

Estes métodos atuam no bloqueio ou atraso da ovulação (libertação do óvulo do ovário), impedem na fertilização (junção do espermatozóide com o óvulo) e impedem a implantação do ovo na parede do útero. Porém, a CE oral é ineficaz após a ovulação e todos são ineficazes após a implantação. 

1.- Dispositivo intrauterino (DIU) de cobre;

  • É o método mais eficaz;
  • Deve ser colocado nas primeiras 120 horas (5 dias) após a relação sexual;
  • É o método preferível nas mulheres com excesso de peso; 
  • A sua colocação deve ser realizada por um profissional de saúde e é gratuito na consulta de planeamento familiar do SNS e nos centros de atendimento jovem, em Portugal;
  • A sua colocação pode ser utilizada como um método contracetivo eficaz de longa duração e não dependente da mulher.

2.-Contração Hormonal oral (também conhecida como a “pílula do dia seguinte”) é de venda livre em farmácias e gratuita nos centros de saúde e a nível hospitalar– divide-se em: 

2.1.- CE oral com acetato de ulipristal ;

  • É o segundo método mais eficaz;
  • Deve ser tomada nas primeiras 120 horas (5 dias) após a relação sexual.

2.2.-CE oral com Levonorgestrel .

  • É o método menos eficaz; 
  • Deve ser tomado nas primeiras 72 horas (3 dias) após a relação sexual; 

Estes métodos são seguros, embora possam existir alguns efeitos adversos, sendo os mais comuns, as náuseas, os vómitos, menstruações irregulares, tensão mamária, dores de cabeça e sensação de cansaço.

Evolução / Prognóstico

Estes métodos tendem a prevenir mais de 95% das gravidezes, se utilizados no intervalo de 3 a 5 dias após a relação sexual, consoante o método utilizado. 

A CE não é abortiva, pelo que não é eficaz após um teste de gravidez positivo.

Prevenção / Recomendações

A CE é menos eficaz que os métodos contracetivos, pelo que não deve ser um método de uso regular. Após a sua utilização, deve procurar aconselhamento contracetivo no seu médico de família ou ginecologista, de modo a iniciar um método contracetivo seguro, ou retomar o método contracetivo previamente utilizado. 

Se episódios de vómitos menos de 2 horas após a toma, pode ser necessário repetir toma de CE. No caso de ocorrer nova relação sexual desprotegida 3 dias após a toma de LNG ou 5 dias após a toma de AUP a sua toma deve ser repetida.

Caso pretenda começar um método hormonal, como a pílula, anel ou adesivo, pode fazê-lo imediatamente após a toma de LNG ou após 5 dias à toma do AUP, devendo simultaneamente utilizar preservativo durante 7-9 dias. A colocação de dispositivos intrauterinos deve ser realizada após um ciclo menstrual com utilização de preservativo ou pílula até à sua colocação. 

Em situações de ausência de menstruação cerca de 3 a 4 semanas após a toma de CE deve ser realizado um teste de gravidez. 

Saber Mais

  • Contraceção de emergência;
  • Dispositivo intrauterino de cobre;
  • Acetato de ulipristal;
  • Levonorgestrel 

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