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Introdução

A neoplasia do trofoblasto gestacional (NTG) é um tipo de doença do trofoblasto gestacional (tecido da placenta) com potencial maligno.

Existem 4 subtipos: Mola invasiva; Coriocarcinoma; Tumor trofoblástico do leito placentar (TTLP); Tumor trofoblástico epitelióide (TTE).

Frequência

São doenças raras e têm uma incidência estimada de cerca de 1 em cada 40.000 gestações.

Causa

A NTG é causada por malignização das células que revestem o embrião. Pode ter origem em qualquer tipo de gestação, desde um aborto a uma gravidez de termo, mas sendo mais prevalente após uma gravidez molar.

Sinais e sintomas

  • Estas doenças podem ser assintomáticas.
    Na presença de sintomas, estes podem incluir:
    Sensação de dor/pressão pélvica, causadas por um útero com dimensões aumentadas ou por quistos ovários com grandes dimensões (pode ocorrer no contexto de estimulação por níveis elevados de β-hCG)
    Perdas de sangue por via genital fora do padrão normal
    Ausência de período menstrual

Sendo doenças com potencial maligno, podem desenvolver lesões à distância, que têm o nome de metástases. Assim, de acordo com os órgãos afetados, pode haver sintomatologia como dor abdominal, fezes de cor negra, perdas de sangue vivo pelo trato gastrointestinal, dificuldade em respirar, dores de cabeça, entre outros.

Os locais mais comuns para o desenvolvimento de metástases são o pulmão, a vagina, o sistema nervoso central e o fígado, no entanto, pode haver outros locais afetados como o rim, baço ou trato gastrointestinal.

O que fazer

Este grupo de doenças são raras, e na presença de sinais ou sintomas compatíveis, será sempre necessário excluir outras entidades que podem ter uma apresentação semelhante antes de considerar este diagnóstico. Para isso será importante a realização de exame físico, ecografia ginecológica e a realização de exames ao sangue.

Após a exclusão de outros diagnósticos e a confirmação de uma NTG, será necessário avaliar a extensão da doença.

Está indicado a realização de exame ginecológico e de radiografia do tórax em todos os casos. Outros exames poderão ser necessários de acordo com a presença de sintomatologia.

Tratamento

Quimioterapia

A quimioterapia consiste no tratamento padrão destas patologias e os fármacos utilizados são escolhidos em função do estádio e fatores de prognóstico da doença.

Durante o tratamento será feita a monitorização da β-hCG e os ciclos de tratamento são repetidos até à remissão.

Cirurgia

A cirurgia é utilizada como complemento da quimioterapia em alguns casos selecionados, podendo ser necessário retirar o útero (histerectomia) ou remover outros focos tumorais que não respondem bem à quimioterapia.

Evolução / Prognóstico

Após o tratamento será necessário o acompanhamento com análises ao sangue, nomeadamente a avaliação da β-hCG, de forma mensal e num período longo, para avaliação da resposta da doença ao tratamento.

O prognóstico da doença é variável e tem em conta vários fatores. Doenças em estádios iniciais, têm um excelente prognóstico, com uma taxa de cura que se aproxima dos 100%. Em doenças mais avançadas ou com fatores de mau prognóstico, as taxas de cura são de apenas 60-70%.

Prevenção / Recomendações

É importante evitar uma nova gravidez durante a vigilância com a β-hCG após o tratamento de uma NTG, o que iria dificultar a interpretação dos valores obtidos.  Assim, será imprescindível a realização de contraceção eficaz durante esse período.

Após o tratamento bem-sucedido, as gestações futuras não serão afetadas, não havendo maior risco de recorrência.

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