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Introdução

A osteoporose é uma doença que afeta o osso, caracterizada pela diminuição da sua densidade mineral óssea (DMO). Associa-se a fragilidade do osso e aumento do risco de fratura.(1)

No período pós-menopausa, a osteoporose surge em consequência da diminuição dos estrogénios e da idade.(1,2)

Frequência

Na Europa, cerca de 30% de todas as mulheres na pós-menopausa têm osteoporose e mais de 40% destas terão uma fratura ao longo da vida. (3)

Sinais e sintomas

FIG 1

 

Existem fatores de risco para a osteoporose, como por exemplo, idade superior a 65 anos, ter tido uma fratura vertebral previamente, menopausa precoce (< 45 anos).(4)

A osteoporose é considerada uma doença silenciosa. A primeira manifestação da doença é, habitualmente, a ocorrência de uma fratura.

A fratura vertebral é a  mais comum embora muitas vezes assintomática, sendo apenas detetada em exames de imagem realizados por outros motivos.(1)

O que fazer

Outras doenças do osso devem ser descartadas, como por exemplo, deformidades ósseas e neoplasias, doenças da paratiróide e do rim. (1,3)

É fundamental que seja avaliada por um médico (medico de família, ginecologista, médico da especialidade de medicina interna ou ortopedia) para que estas doenças sejam excluídas através da história clínica, avaliação física e exames de diagnóstico.

EXAMES A REALIZAR

Avaliação de fatores de risco - FRAX

Aos 50 anos ou antes, se houver fatores de risco para osteoporose,  o seu médico fará a avaliação do risco de fratura, através de uma ferramenta online Fracture Risk Assessment Tool (FRAX) (https://www.shef.ac.uk/ FRAX/tool.jsp?lang=pt, OMS; adaptada para a população portuguesa - FRAX® Port, A. Marques et al., 2015), através da qual se calcula a probabilidade de ocorrer uma fratura no contexto da osteoporose em 10 anos. (3-5)

De acordo com o risco individual calculado por esta ferramenta, poderá ser necessário:

Avaliação da densidade mineral óssea – DEXA

A densitometria óssea permite avaliar a densidade dos minerais na rede constituinte do osso e está indicada apenas quando a avaliação dos fatores de risco mostra um risco intermédio para osteoporose ou no contexto de seguimento do tratamento, pois associa-se a exposição de radiação e a custos elevados.(1,3-5) No relatório deste exame será indicado o grau de perda da densidade mineral do osso, de acordo com a tabela 1.(1,3) 

CLASSIFICAÇÃO

Densidade Mineral Óssea (DMO) – DEXA

Normal

Score-T ≥ -1.0 DP

Osteopenia

-1.0 DP ≥ Score-T ≥ -2.5 DP

Osteoporose

Score-T ≤ -2.5 DP

Osteoporose severa

Score-T ≤ -2.5 DP associado a fratura de fragilidade/baixo impacto.

Tabela 1. Categorias diagnósticas de osteoporose de acordo com a densitometria óssea.

Tratamento

Nenhum tratamento reverte completamente a osteoporose estabelecida.(3) O objetivo do tratamento é a prevenção da ocorrência de fraturas e será um tratamento a longo prazo.

Decide-se iniciar tratamento quando:

  • Tem risco elevado de fratura (na avaliação pelo FRAX)
  • Tem osteoporose com causa conhecida
  • Teve uma ou mais fraturas da anca
  • Teve uma ou mais fraturas da coluna com sintomas associados
  • Teve duas ou mais fraturas (sem trauma associado) após os 50 anos.

Em Portugal, os medicamentos disponíveis encontram-se na tabela 3: (3,5)

 

FÁRMACO

CONSIDERAÇÕES

VIA

Bifosfonatos

Alendronato

Usados para tratamento e prevenção.

Associa-se a efeitos adversos, pouco frequentes (fraturas atípicas e alterações do osso da mandíbula), pelo que o tratamento deverá ser periodicamente interrompido.

 Outro fármaco com diferente mecanismo de ação pode ser uma opção durante o período.

O ácido zolendrónico é contra-indicado na insuficiência renal aguda.

 

Oral*

(diário ou semanal)

Ácido Zolendrónico

EV

(anual)

Ibandronato

Oral*

(mensal)

Risedronato

Oral

(semanal)

Denosumab

O efeito não perdura depois de parar o tratamento.

SC (semestral)

Teriparatida

Se elevado risco de fratura e intolerância ou ineficácia de outros tratamentos.

Não usar mais de 2 anos, pois aumenta o risco de tumor ósseo.

O efeito não perdura depois de parar o tratamento.

SC (diária)

Terapêutica Hormonal

Estoprogestativos

Usados na prevenção da osteoporose.

 Após suspender o tratamento, a redução do seu efeito é mais gradual, após alguns anos, semelhante à diminuição dos estrogénios natural da menopausa.

Oral, TD

Tibolona

Oral

Raloxifeno

Oral

TSECs

Oral

Tabela 2. Fármacos disponíveis para tratamento da Osteoporose e suas características. * Disponíveis em associação com vitamina D; EV – endovenosa; SC – subcutânea; TD – transdérmico.

Vitamina D e Cálcio: São componentes essenciais ao metabolismo ósseo saudável. O seu défice é fator de risco para osteoporose. Uma mulher saudável na menopausa consegue ingerir cálcio suficiente através de uma dieta equilibrada. Os suplementos de cálcio estão indicados se a dieta não é suficiente ou como complemento no tratamento da osteoporose. Devem ser usados com cuidado nos casos de doenças do coração, hipertensão ou pedras nos rins. (3,5)

A exposição solar adequada é fundamental para manutenção de níveis normais de vitamina D. Os níveis de vitamina D no sangue devem ser avaliados: nos idosos, pessoas institucionalizadas, insuficiência renal, doença do fígado, doenças intestinais e exposição a alguns fármacos. Os suplementos de vitamina D podem ser úteis nos casos de deficiência e nas mulheres com osteoporose em tratamento. (3,5)

Evolução / Prognóstico

  • A perimenopausa ou a menopausa não são, só por si, indicações para a realização de osteodensitometria.(5)
  • Se está na peri-menopausa e a sua primeira densitometria óssea é normal só deverá repetir o exame depois dos 65 anos.(5)
  • Se está sob tratamento, a densitometria só deve ser repetida pelo menos 2 anos depois de iniciar o tratamento.(5)
  • Se a sua primeira densitometria revelou osteopenia (diminuição da densidade mineral óssea menos grave que a osteoporose) só deverá repeti--la após 5 anos.(5)
  • Os fatores de risco para osteoporose devem ser avaliados periodicamente pelo seu médico. 
  • Se está sob tratamento para osteoporose, mantenha seguimento regular.

Prevenção / Recomendações

  1.  
  2. Alteração de estilos de vida através da promoção de hábitos de vida saudáveis, nomeadamente pela modificação da dieta e evicção do sedentarismo pela prática de exercício físico regular ao ar livre.(6)

Saber Mais

Menopausa

Sociedade Portuguesa de Ginecologia, Secção Portuguesa de Menopausa. (2021). Consenso Nacional sobre Menopausa. AdMedic. Lisboa.

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