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Introdução

A obesidade é uma doença crónica que resulta da combinação de vários fatores (alterações hormonais, causas genéticas, alimentação desequilibrada, sedentarismo, etc) e que afeta muitas mulheres em idade fértil. Define-se por um índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30 kg/m².

Frequência

Mundialmente, a sua prevalência tem sido crescente, afetando mais de 21% das mulheres em idade fértil. 

Sinais e sintomas

COMPLICAÇÕES DA OBESIDADE NA GRAVIDEZ

                    A obesidade materna pode trazer complicações para a mãe e para o feto, que se podem manifestar mais tardiamente da vida. Entre as complicações mais comuns destacam-se:

Para a mãe

  • Na gravidez: diabetes, hipertensão arterial, maior risco de abortamento, maiores taxas de gravidez gemelar;
  • No parto: trabalho de parto prolongado e/ou falha de indução do trabalho de parto, complicações anestésicas;
  • Pós-parto: hemorragia pós-parto, maior risco de trombose venosa profunda, infeção e depressão pós-parto.

Para o bebé

  • Alterações do crescimento fetal;
  • Malformações fetais (nomeadamente neurológicas e cardíacas);
  • Parto antes das 37 (pré-termo) ou após as 41 semanas (pós-datismo), e complicações associadas;
  • Maior risco de morte perinatal;
  • Problemas de saúde futuros (obesidade, asma, problemas cardiovasculares e diabetes).

IMPACTO DA OBESIDADE NA FERTILIDADE

A obesidade pode dificultar a gravidez, mesmo em mulheres com ciclos menstruais regulares. O excesso de peso parece afetar a ovulação e a qualidade dos óvulos, aumentar o risco de aborto no início da gestação e reduzir o sucesso dos tratamentos de infertilidade. 

O que fazer

Gestão da mulher obesa na pré-concepção

A mulher obesa deve preparar o corpo antes da gravidez, com o apoio de uma equipa multidisciplinar, para reduzir os riscos obstétricos e proteger a saúde do bebé. Recomenda-se:

  • Avaliação médica: importância da consulta pré-concecional para avaliar o peso (IMC) e a saúde geral da grávida;
  • Controlo do peso: O ideal é que ocorra gravidez quando o IMC é inferior a 30 kg/m². A perda de 5-10% do peso corporal pode melhorar a fertilidade e reduzir as complicações obstétricas. Se realizada cirurgia bariátrica, as mulheres devem aguardar entre 12 e 18 meses para poder engravidar;
  • Suplementação antes da gravidez: Todas as mulheres devem tomar ácido fólico, pelo menos 0,4 mg/dia. A vitamina D poderá estar recomendada, após avaliação médica.

Gestão da mulher obesa durante a gravidez

Em casos de obesidade, ou antecedentes de cirurgia bariátrica, o acompanhamento obstétrico deve ser diferenciado. Destacam-se: 

  • Aumento controlado do peso: idealmente entre 5 a 9 kg;
  • Exercício físico moderado e regular e dieta equilibrada. Não está recomendado o uso de medicação para perda de peso na gravidez; 
  • Saúde mental: maior risco de ansiedade e depressão, pelo que é importante atentar aos sinais e procurar apoio especializado; 
  • Vigilância do feto: pode ser necessária monitorização semanal a partir das 37 semanas;
  • Consulta de anestesia: em casos de obesidade mórbida (IMC ≥ 40), deve ser feita uma avaliação anestésica antes das 36 semanas, para planear a analgesia de parto.

Gestão da grávida obesa durante o parto

O parto em mulheres com obesidade exige mais cuidados pelo maior risco de complicações. Pode ser necessário implementar analgesia epidural mais precocemente e manter o feto em monitorização contínua durante o trabalho de parto. 

Na ausência de parto espontâneo e de contraindicações obstétricas, a indução do parto é recomendada às 41 semanas.  No entanto, pelo maior risco de cesariana, estas grávidas apresentam uma maior taxa de complicações cirúrgicas, como infeção ou complicações da ferida operatória. 

Gestão da puérpera obesa

O pós-parto é uma fase importante para recuperar ou mesmo implementar novas rotinas, prevenindo complicações futuras. É fulcral promover uma alimentação equilibrada, exercício físico regular e encorajar a amamentação, que entre os muitos benefícios, reduz o risco de obesidade infantil. 

Na contraceção, devem ser aconselhados métodos progestativos, tanto a pílula como métodos de longa duração (dispositivo intra-uterino ou implante subcutâneo), no sentido de proteger contra eventos tromboembólicos.

Saber Mais

  • Síndrome de ovários poliquísticos
  • Infertilidade e estilos de vida
  • Diabetes Gestacional

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