Insuficiência ovárica prematura
Introdução
A insuficiência ovárica prematura (IOP) resulta de uma falha da função dos ovários antes dos 40 anos. Os ovários deixam de libertar óvulos e de produzir hormonas, sobretudo os estrogénios, a progesterona e a testosterona. Pode não ser uma situação definitiva.
Frequência
Atinge cerca de 1-3% das mulheres com idade inferior a 40 anos.
Causa
Não tem apenas uma causa e, na grande maioria dos casos, não se consegue identificar a causa da IOP.
Ainda assim, conhecem-se algumas causas, como as alterações nos cromossomas (como é o caso da Síndrome de Turner), certas mutações nos nossos genes, doenças auto-imunes (por exemplo, doenças auto-imunes da tiróide), infeções, cirurgias ováricas, quimioterapia, entre outras causas.
Sinais e sintomas
- Ausência de menstruação ou, se inicialmente a mulher teve menstruação e, posteriormente, deixou de ocorrer;
- Hemorragia uterina anormal, com intervalos irregulares entre as menstruações;
- Sintomas associados à menopausa, sobretudo os calores, palpitações e suores noturnos;
- Podem também surgir sintomas muitos diversos, consoante alguma das causas conhecidas para IOP.
O que fazer
Em primeiro lugar, o médico irá fazer um interrogatório e observação médica muito cuidadosos para investigar uma eventual causa para a IOP:
- História ginecológica e obstétrica;
- Antecedentes familiares (10 a 15% de formas hereditárias). familiares do sexo masculino com atraso mental (Síndrome X-frágil), idade da menopausa da mãe;
- Ao exame físico irá avaliar a curva de crescimento, o desenvolvimento mamário, a distribuição pilosa, tensão arterial e outros sinais médicos característicos de cada causa para a IOP
O próximo passo será fazer exames ao sangue e de imagem, nomeadamente:
- Colheita de sangue para doseamentos hormonais devendo ter pelo menos duas avaliações com intervalo de 4 a 6 semanas, pesquisa de anticorpos (anti-tiroideus, anti-suprarrenal, anti-ováricos), realização do cariótipo (para identificar alterações cromossómicas);
- Avaliação imagiológica com ecografia pélvica (para avaliação dos ovários e útero), Densitometria óssea (para avaliar o efeito da falta de hormonas sobre o osso).
Tratamento
O tratamento da IOP é médico e tem como objetivo repor os níveis de hormonas em falta no organismo para prevenir, o máximo possível, as consequências negativas da falta de estrogénios.
Está recomendado o início precoce de terapêutica hormonal que deve ser mantido até, pelo menos, os 51-52 anos, exceto se houver uma contraindicação absoluta à terapêutica com estrogénios.
Evolução / Prognóstico
Podem surgir alguns problemas de saúde associados à falta de estrogénios em circulação no nosso organismo, nomeadamente:
- Sistema cardiovascular: aumento do risco de doenças cardíacas, obesidade, diabetes doenças no fígado.
- Saúde óssea: aumento do risco de fraturas ósseas.
- Sistema geniturinário e função sexual: alterações do desejo sexual e queixas vaginais e vulvares.
- Alterações psiquiátricas: possível associação com depressão, ansiedade e falta de memória.
Prevenção / Recomendações
Está recomendado ter um estilo de vida saudável, incluindo não fumar, praticar exercício físico regular, ingerir alimentos ricos em cálcio e ter consumo moderado de álcool.
Também deve ser oferecida, de forma precoce, a preservação da fertilidade nalgumas mulheres com risco de IOP, para poderem manter a capacidade de ser mães no futuro.
A aceitação do diagnóstico de IOP é difícil e, por isso, é sempre oferecida a possibilidade de aconselhamento psicológico a todas as mulheres com diagnóstico de IOP.
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