Menu

Introdução

O puerpério é um estado fisiológico que corresponde às primeiras semanas após o parto, altura em que as alterações fisiológicas relacionadas com a gravidez regressam ao estado de não gravidez. A definição temporal mais consensual é o período de 6 a 8 semanas após o parto.

Como nem todos os sistemas e órgãos retornam à linha de base durante esse período, o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) considera que os cuidados pós-parto podem estender-se até às 12 semanas após o nascimento.

Frequência

Todas as parturientes passam pelo período de puerpério após o parto.

Sinais e sintomas

Sintomas normais após o parto:

  • Edema dos genitais: é comum ter um inchaço leve.
  • Dor: geralmente desaparece espontaneamente no final da primeira semana.
  • Inchaço nas pernas: para além de ocorrer na gravidez, pode piorar ou tornar-se generalizado no pós-parto
  • Dor na anca e nos músculos que a compõem.
  • Crise de hemorróidas: um terço das mulheres sentem dor por agravamento ou aparecimento de hemorróidas.

Sintomas que deve valorizar e dizer ao médico:

  • Hemorragia: deve reportar ao seu médico as perdas que não correspondam ao seu corrimento vaginal habitual típico após o parto.
  • Cansaço, palidez e falta de força devido à anemia causada por perda de sangue excessiva.
  • Dor de cabeça: embora a maioria não esteja associada a uma doença grave, deve reportar ao seu médico.
  • Hipertensão arterial ou convulsões: podem ocorrer principalmente nas primeiras 48h após o parto, sendo necessário fazer análises e começar a tomar medicamentos para controlar ou evitar que estes sintomas reapareçam.
  • Febre: pode significar infeção das feridas relacionadas com o parto.
  • Mastite: manifesta-se por dor e vermelhidão das mamas e febre.
  • Falta de ar ou dor no peito: pode indicar um trombo nas artérias do pulmão.
  • Dor: que não desaparece espontaneamente no final da primeira semana.
  • Sensação de tristeza, crises de choro fácil e ansiedade grave que se prolongam depois os primeiros 14 dias pós-parto.

O que fazer

Nas primeiras horas:

  • Primeiro levante: num parto vaginal, deverá ser feito nas primeiras 2-4 horas pós-parto. Após uma cesariana, poderá ser feito após as primeiras 6 horas. Em ambos os casos, deve ser auxiliado pela equipa de enfermagem.
  • Dieta: num pós-parto vaginal, as puérperas podem retomar a dieta 2 horas após o parto, de preferência com dieta rica em fibras e beber bastantes líquidos.
  • Micção: A primeira micção deve ocorrer dentro de 6 horas depois do parto ou 6 horas depois de ter sido retirada a algália.

Tratamento

Nas horas e dias seguintes:

  • Cuidar da região entre a vagina e o ânus (períneo): conhecer e perguntar detalhes sobre o corte na pele na região da barriga ou no períneo e que cuidados de conforto deve ter. Lavagem apenas com água e o banho de assento são comumente recomendados como cuidados perineais. Outras medidas de conforto são a aplicação de compressas frias ou quentes, pomadas com anestesia e medicamentos que aliviem a dor. O inchaço dos genitais podem melhora com aplicação indireta de gelo.
  • Dor: geralmente desaparece espontaneamente no final da primeira semana, mas pode ser necessário recorrer a medicamentos para tratar a dor.
  • Corrimento vaginal: após a separação da placenta, também se perde a camada do útero com a qual a placenta contactava. O corrimento vaginal torna-se então cada vez mais aguado e castanho-rosado, que dura em média um mês. As puérperas devem estar atentas aos sinais de alarme que apontar para uma fonte infeciosa: febre ou corrimento com mau cheiro.
  • Hemorróidas: a aplicação de pomadas na região anal e a toma de comprimidos ajudam a melhorar os sintomas.
  • Se se sentir deprimida e com crises repetidas de choro e ansiedade, deve contactar o seu médico se estes sintomas se prolongarem para além dos 14 dias pós-parto. Existe medicação segura para si e para o bebé.

Evolução / Prognóstico

De forma geral, a alta do hospital está prevista para 48 horas após parto vaginal e 72 horas após cesariana.

Prevenção / Recomendações

Atividade física: os exercícios dos músculos do pavimento pélvico realizados durante a gravidez ajudam a diminuir o risco de incontinência urinária a curto prazo em pessoas sem incontinência prévia.

Atividade sexual: após partos vaginais com ventosa/fórceps e partos com necessidade de sutura com vários pontos, recomenda-se que a penetração vaginal seja evitada durante 4 a 6 semanas, até que a cicatrização das feridas esteja completa. Habitualmente as puérperas pós-cesariana retomam as relações sexuais mais precocemente.

Prevenir tromboses, deixando de fumar: o tabaco é um fator que aumenta o risco.

Sinais de alarme que motivam avaliação em Serviço de Urgência

  • Perda de sangue excessiva pela vagina
  • Febre
  • Dor na região entre a vagina e o ânus períneo
  • Ardor a urinar
  • Alterações mamárias
  • Falta de ar
  • Dor no peito 
  • Agravamento do inchaço dos tornozelos e pernas
  • Alterações do humor que afetam as suas atividades diárias e as suas relações.  [MS1] 

 

Saber Mais

Deseja sugerir alguma alteração para este tema?
Existe algum tema que queira ver na Ginepedia - Enciclopédia Online?

Envie as suas sugestões

Newsletter

Receba notícias da Ginepedia - Enciclopédia Online no seu e-mail