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Introdução

A Síndrome Pré-menstrual (SPM) – popularmente conhecida como “Tensão pré-menstrual (TPM) – corresponde a um conjunto de sintomas físicos e psicológicos que surgem na segunda metade do ciclo menstrual (fase lútea), uns dias antes da menstruação, e desaparecem espontaneamente após alguns dias. Na maioria das mulheres, os sintomas aparecem na adolescência ou início da idade adulta e mantêm-se ao longo de toda a vida reprodutiva da mulher. Caracterizam-se por terem implicações na vida normal da mulher, motivando mau-estar, perturbações nas relações com a família e amigos e faltas à escola ou ao trabalho. Quando os sintomas estão presentes de uma forma muito grave, a mulher recebe um diagnóstico que segue um conjunto de critérios específicos e ao qual se chama Perturbação Disfórica Pré-menstrual (PDPM).

Frequência

A maioria das mulheres, cerca de 75%, com ciclos menstruais regulares têm algum tipo de sintoma pré-menstrual. No entanto, só 30-40% têm critérios de diagnóstico para SPM e apenas 3-8% têm a forma grave da síndrome (PDPM).

Causa

Não se sabe a causa para o aparecimento destes sintomas. Os níveis hormonais são iguais em mulheres com e sem esta síndrome. Pensa-se que as mulheres com SPM tenham maior sensibilidade às flutuações hormonais que ocorrem no ciclo menstrual. 

Sinais e sintomas

Tabela 1 – Principais sintomas associados à SPM e à PDPM.

SINTOMAS FÍSICOSSINTOMAS PSICOLÓGICOS
Sensação de barriga inchada (mais frequente)Mudanças de humor (mais frequente)
Cansaço extremo (mais frequente)Tristeza e/ ou ansiedade (mais frequente)
Dor ou sensibilidade mamáriaIrritabilidade / acessos de raiva
Dores de cabeçaAlterações do apetite / “desejos”
TonturasPerda de interesse pelas atividades habituais
AfrontamentosInsónia / Sonolência
Dores muscularesDificuldade de concentração
Dores nas articulaçõesHipersensibilidade
 Sensação de estar sobrecarregada ou fora de controlo

Para ser estabelecido o diagnóstico, devem estar presentes pelo menos 1 sintoma físico e 1 sintoma psicológico. Os sintomas surgem todos os meses, na segunda metade do ciclo menstrual, uns dias antes da menstruação e desaparecem durante ou após a mesma, durando, em média, cerca de 6 dias por mês, mas podendo durar até 2 semanas.

Os sintomas têm repercussão na vida normal da mulher, ou seja, afetam o seu normal funcionamento, as suas atividades quotidianas e/ou as suas relações pessoais.

Não existe nenhum teste ou exame que permita fazer o diagnóstico da SPM ou da PDPM. Para conseguir estabeler o diagnóstico, o médico pode pedir à mulher que preencha um diário dos seus sintomas – tipo e intensidade dos sintomas – durante, pelo menos, 2 ciclos menstruais. (vide Anexo 1)

É também importante excluir outras doenças ou situações que possam estar na origem dos sintomas, nomeadamente: doenças psiquiátrica como a depressão e a ansiedade; o abuso de substâncias (álcool ou drogas); doenças da tiróide e/ou a menopausa.

O que fazer

Existem algumas modificações do estilo de vida que podem ajudar a controlar os sintomas, a destacar:

  • Exercício físico: tem benefício no controlo dos sintomas de ansiedade e tristeza e nas mudanças bruscas de humor. Mesmo exercícios de intensidade ligeira, como caminhadas, podem ajudar.
  • Alterações na dieta: evitar refeições com muito teor de sal ou gordura e hidratos de carbono de absorção rápida, sobretudo se houver inchaço abdominal.
  • Técnicas de redução de stress: yoga, meditação ou exercícios de relaxamento.
  • Suplementos: vitex-agnus-castus, cálcio e vitamina D.

Estão disponíveis no mercado inúmeros suplementos multivitamínicos ou produtos de ervanária classicamente associados à redução dos sintomas de SPM. No entanto, os médicos não recomendam o seu uso pois a sua eficácia não está comprovada e têm riscos potenciais. Deve falar com o seu médico antes de iniciar o consumo de algum destes produtos.

Tratamento

Existe tratamento específico para a SPM/PDPM, estando sobretudo baseado nestas duas classes de fármacos:

  • Contracetivo Oral Combinado (“Pílula”): são a primeira opção no tratamento em mulheres que pretendam também este método contracetivo. Ao suprimirem o ciclo menstrual, diminuem também os sintomas associados à fase pré-menstrual. 
  • Inibidores Selectivos da Recaptação da Serotonina: classe de fármacos tipicamente usados na depressão e na ansiedade. São muito eficazes no tratamento da SPM/PDPM, com uma taxa de resposta de 60-70% na diminuição dos sintomas, sendo, por isso, a primeira opção no tratamento em mulheres que não estejam interessadas em realizar um método contracetivo com hormonas.

Para além do tratamento com fármacos, também poderá ser benéfica a Psicoterapia, onde a mulher é ajudada por um psicólogo/a a lidar melhor com os sintomas.

Em casos muito graves e extremamente raros, em que nenhuma das medidas anteriores foi capaz de controlar os sintomas, podem ser necessários outros fármacos que inibem o ciclo menstrual ou mesmo a Cirurgia de remoção do útero e ovários.

Saber Mais

 Daily Record of Severity of Problems retirado de Endicott J, Nee J, Harrison W. Daily Record of Severity of Problems (DRSP): reliability and validity. Arch Womens Ment Health. Springer-Verlag, Wein. 2006;9(1):43

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