Ressonância Magnética na gravidez: indicações e limitações
Introdução
Os exames de imagens são uma importante ferramenta auxilar no diagnóstico e gestão de várias doenças, sendo usados em quase todas as áreas da Medicina.
Está estabelecido que durante a gravidez a mulher não deve ser exposta a radiação. Assim, o exame de imagem de primeira linha normalmente utilizado é a ecografia, e quando existe necessidade de um melhor detalhe anatómico, a ressonância magnética (RMN).
O que fazer
Método de imagem que utiliza campos magnéticos e ondas rádio para gerar imagens detalhadas dos órgãos e tecidos do corpo humano, com grande definição da sua anatomia. Nesta técnica pode ou não ser aplicado o uso de contraste (gadolínio) para melhorar a definição da imagem.
De uma forma geral, a RMN é considerada segura durante a gravidez. Existem alguns riscos teóricos, associados quer à intensidade dos campos magnéticos quer à utilização de meio de contraste. Contudo a maioria dos estudos realizados nesta área não demonstraram efeitos negativos nos filhos de mulheres que realizaram RMN durante a gravidez.
Assim, segundo sociedades internacionais as indicações para a realização de RMN durante a gravidez são:
- O uso de RMN não parece estar associada a riscos, devendo ser utilizada quando clinicamente relevante e com um benefício claro para a doente;
- A utilização de gadolínio deve ser limitada, só devendo ser administrado quando trouxer benefícios claros em termos de desfecho materno-fetal e acuidade diagnóstica.
Quanto à idade gestacional mais indicada para a realização de RMN, não existem indicações claras a partir de quando será mais seguro proceder à realização do exame. Assim, a decisão da sua realização deverá ser individualizada e discutida entre médico e grávida.
Tratamento
Na prática clínica, o exame de eleição para avaliação da mulher grávida é a ecografia, uma vez que é um método de imagem facilmente disponível e que não utiliza radiação. Contudo, existem indicações clínicas para a realização de RMN por necessidade de melhor definição anatómica para diagnóstico ou planeamento de tratamento. Assim, listam-se de seguida algumas dessas indicações:
- Indicações maternas não associadas à gravidez:
- Dor abdominal;
- Cólica renal;
- Apendicite aguda;
- Doença hepática, das vias biliares ou pancreática;
- Indicações materna associadas à gravidez:
- Massas do ovário;
- Torção do ovário;
- Rotura do útero;
- Anomalias da implantação da placenta;
- Miomas uterinos;
- Indicações fetais:
- Suspeita de alterações do sistema nervoso central;
- Fenda palatina;
- Massas cervicais;
- Hérnia diafragmática congénita;
- Alterações da medula espinhal;
- Anidrâmnios (redução significativa do líquido amniótico);
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