Introdução
Mastite puerperal consiste na inflamação da glândula mamária durante o puerpério. Pode ser uni ou bilateral.
Frequência
Ocorre em 3 a 33% das mulheres a amamentar. Em 75 a 95% dos casos ocorre nas primeiras 12 semanas de pós-parto (maioria na 2.ª e 3.ª semana).
Causa
Acumulação de leite nas mamas, por esvaziamento incompleto ou bloqueio dos ductos lactíferos, provocando inflamação da mama. Por vezes, pode infetar, designando-se de mastite infeciosa.
Sinais e sintomas
Sintomas inflamatórios na mama como: dor, calor, vermelhidão e inchaço.
Pode ter, ou não, sintomas sistémicos como febre, calafrios, mal-estar geral, dor de cabeça, náuseas e vómitos.
O que fazer
- Amamentação de início tardio, pouco frequente ou desmame precoce;
- Amamentação muito frequente (>10x/dia), de curta duração (<10min);
- Pega incorreta, sucção fraca/descoordenada, com esvaziamento incompleto;
- Lactente com fissura labial/palatina ou freio da língua curto;
- Excesso de leite e amamentar >1 criança;
- Chupeta, mamilo de silicone ou bomba manual, sem mastite prévia;
- Mamilos dolorosos, fissurados ou rasos;
- Roupa apertada e cinto de segurança;
- Mastite prévia ou infeção fúngica atual;
- Stresse, cansaço, desidratação ou desnutrição maternas.
Tratamento
Sintomas ligeiros e duração < 24h à Tratamento conservador:
Manter amamentação e otimizar técnica, nomeadamente alternando o posicionamento e melhorando a pega;
Mamadas frequentes e/ou extração do leite, manual ou com bomba;
Massajar a mama antes e durante a mamada, da área bloqueada, em direção ao mamilo;
Se edema: mobilizar os fluídos com movimentos da aréola em direção à axila;
Antes da mamada: calor local; Depois da mamada: compressas frias/gelo local;
Hidratação oral e repouso maternos;
Analgésicos e/ou anti-inflamatórios: Bromelaina 40mg 8/8h; Ibuprofeno (400mg 8/8h ou 600mg 12/12h) ou Paracetamol (1g 8/8h);
Frequentar/contactar espaços dedicados à amamentação (“cantinhos da amamentação”) para ensino, esclarecimento de dúvidas e correção de fatores de risco.
Sintomas graves, fissuras mamilares e/ou sem melhoria após 12-24h de tratamento conservador:
Adicionar antibioterapia (ATB) oral, durante 10-14 dias, pelo que deverá recorrer ao seu Médico Assistente ou Serviço de Urgência.
Critérios de internamento e ATB endovenosa (ev) (14 dias) se ≥ 1 dos seguintes:
- Ausência de melhoria ou agravamento após 48h de ATB oral em ambulatório;
- Incumprimento ou incapacidade de realizar o tratamento em ambulatório;
- Imunossupressão materna.
Evolução / Prognóstico
POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES
- Abcesso mamário (massa com sinais inflamatórios e flutuação) (3% dos casos): ATB ev 48h e depois oral, em ambulatório, até 14 dias de ATB. Pode ser necessário drenar. Amamentação pela mama afetada deve continuar, desde que a boca do lactente não contacte com dreno/tecido infetado;
- Abcesso mamário (massa com sinais inflamatórios e flutuação) (3% dos casos): ATB ev 48h e depois oral, em ambulatório, até 14 dias de ATB. Pode ser necessário drenar. Amamentação pela mama afetada deve continuar, desde que a boca do lactente não contacte com dreno/tecido infetado;
- Mastite recorrente: Averiguar ATB inadequada/incompleta, dificuldades na amamentação, abcesso, distorção anatómica ou carcinoma; Ponderar Consulta de Senologia;
- Infeção fúngica: Tratamento local ou oral.
Prevenção / Recomendações
- Prevenir ou corrigir os fatores predisponentes (vide “FATORES DE RISCO”);
- Frequentar / Contactar espaços dedicados à amamentação (“cantinhos da amamentação”) para ensino, esclarecimento de dúvidas e correção de fatores de risco.
Saber Mais
- Puerpério;
- Complicações puerperais;
- Mastalgia;
- Inflamação da mama;
- Nódulo da mama;
- Cancro da mama.
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