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Introdução

O aconselhamento contracetivo passa pela apresentação dos métodos existentes para evitar a gravidez atendendo às características e desejos da mulher, de forma a permitir uma escolha individualizada e informada.

Assim, para permitir este aconselhamento, o profissional de saúde necessita de recolher informações sobre o estado de saúde da mulher e sobre doenças da família.

O que fazer

Métodos contracetivos

Os métodos contracetivos podem ser agrupados em hormonais ou não hormonais. 

Métodos não hormonais:

Dentro dos métodos não hormonais temos disponíveis métodos naturais, métodos barreira , o dispositivo intrauterino de cobre e métodos cirúrgicos

  • Os métodos naturais baseiam-se na abstinência sexual durante o período fértil (previsão dos dias de ovulação) incluem o método do calendário, método da temperatura basal, avaliação do muco cervical, coito interrompido ou amenorreia lactacional. São menos eficazes dado estarem dependentes do casal, não sendo recomendados a adolescentes ou a mulheres para as quais a gravidez representa um risco para a sua saúde.
  • Os métodos barreira (preservativo feminino ou masculino) são os únicos que conferem proteção a infeções sexualmente transmissíveis. Idealmente devem ser associados a outros métodos contracetivos como dupla proteção.
  • O DIU de cobre é um método de longa duração muito eficaz e reversível que não afeta a possibilidade de gravidez futura.
  • Os métodos cirúrgicos, também denominados definitivos, englobam vasectomia  no homem e laqueação das trompas na mulher. São muito eficazes mas irreversíveis

Métodos hormonais

Os métodos hormonais incluem a combinação de duas hormonas estrogénio e progestativo  (contraceção hormonal combinada) ou progestativos isolados. Os métodos hormonais não afetam a fertilidade existindo um retorno imediato após a sua suspensão.

Os contracetivos hormonais combinados podem ser administrados por via oral,   (pílula) vaginal (anel) ou transdérmica (selo).

Critérios de elegibilidade

Tendo em conta a individualidade de cada mulher, a Organização Mundial da Saúde publicou em 2015 os critérios de elegibilidade dos métodos contractivos. É através destes critérios que o profissional de saúde averigua se um determinado método contracetivo é, ou não, seguro para a mulher, tendo em conta a informação previamente recolhida sobre o seu estado de saúde.

Tratamento

Eficácia e desejos contracetivos

A eficácia do método contracetivo depende não só do seu mecanismo de ação, mas também da sua correta utilização.

Dependendo do compromisso que a mulher pretende ter com o método contractivo e o grau de eficácia que procura através do mesmo, podem ser apresentados métodos que são dependentes da utilizadora (como por exemplo a pílula, que exige a toma diária de um comprimido) e métodos cuja eficácia são independentes da utilizadora (por exemplo o implante subcutâneo ou dispositivo intrauterino). 

Tendo em conta que os métodos contractivos têm outros benefícios para além dos contracetivos, este é também um ponto importante na escolha, pois permitem muitas vezes melhorar a qualidade de vida da mulher. Nomeadamente:

  • Redução da dor menstrual e síndrome pré-menstrual.
  • Redução da hemorragia menstrual.
  • Diminuição dos quistos ováricos funcionais.
  • Diminuição do acne e pilosidade.
  • Proteção da perda de massa óssea em mulheres a amamentar e na perimenopausa.
  • Prevenção do cancro do ovário, cancro do endométrio e cancro colorretal.

Efeitos indesejados

Os efeitos indesejados variam consoante o tipo de método contracetivo e podem ser varáveis de mulher para mulher. Apesar de alguns efeitos indesejados se manterem ao longo da utilização, muitos revertem após algumas semanas ou meses e são usualmente pouco frequentes.

Se surgir algum sintoma diferente deve consultar o médico.

Prevenção / Recomendações

A contraceção hormonal está associada à prevenção de alguns cancros, na medida em que diminui o risco de cancro do ovário, cancro do endométrio e cancro colorretal.

A associação cancro do colo do útero e cancro da mama com os métodos hormonais é controversa, no entanto, nenhum estudo mostrou aumento do número de casos de cancro.

Com o uso de CHC, está igualmente descrita a prevenção e/ou melhoria dos sintomas associados a doença benigna da mama, doença inflamatória pélvica, endometriose e gravidez ectópica. Na perimenopausa está associado a diminuição sintomas da menopausa e aumento da densidade mineral óssea. 

O risco de tromboembolismo venoso associado a CHC é baixo, sendo que este reduz com o prolongamento do uso do método. 

Apenas incidência de tumores hepáticos benignos (adenomas) aumenta com o uso de CHC, estando relacionado com as doses de estrogénios.

Conclusão

O aconselhamento contracetivo consiste num diálogo entre a mulher e o profissional de saúde que permite uma escolha individualizada, melhorar a qualidade de vida da mulher e obter ganhos em saúde, minimizando os riscos e aumentando a eficácia contracetiva do método contractivo.

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