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Introdução

Após um aborto, seja ele espontâneo ou devido a interrupção da gravidez, por motivos médicos ou por opção da mulher é importante iniciar contraceção em mulheres que desejam adiar ou evitar uma nova gravidez. 

Tendo em conta que, em algumas mulheres, a primeira ovulação após um abortamento pode ocorrer nas primeiras 2 semanas, é importante procurar aconselhamento sobre os diferentes métodos que são adequados e que vão de encontro às necessidades e preferências individuais da mulher.

O que fazer

Quem pode realizar contraceção após um aborto

Mulheres saudáveis podem iniciar qualquer método contracetivo após um abortamento não complicado do 1º ou 2º trimestre, desde que não exista nenhuma contraindicação pessoal para a sua utilização.

Recomendações sobe o início do método de contraceção

Está recomendado iniciar contraceção imediatamente após o procedimento, ou seja, desde o dia em que se faz o diagnóstico do aborto até ao 5º dia após abortamento. O início de contraceção nesse intervalo evita a necessidade de utilização de outro método adicional.

Caso ocorra uma relação sexual não protegida depois dos primeiros 5 dias após um abortamento numa mulher que não se encontra sob nenhum método contracetivo, está recomendado utilizar contraceção de emergência. Todos os métodos utilizados são elegíveis nesta fase.

 

Tratamento

MÉTODOS CONTRACETIVOS DISPONÍVEIS

Contraceção hormonal combinada e progestativo oral isolado

O início imediato de contraceção hormonal combinada, ou seja, de métodos com estrogénios e progestativos (pílula, anel vaginal ou adesivo), ou de um progestativo oral isolado, não  interfere com a eficácia dos fármacos usados no caso de se tratar de uma interrupção de gravidez e não de abortamento espontâneo.

Contraceção subcutânea 

Consiste na colocação de um pequeno implante subcutâneo no braço que vai libertando de forma contínua uma hormona , o etonogestrel. Pode ser colocado no primeiro dia do abortamento uma vez que não interfere com os fármacos utilizados no caso de interrupção de gravidez.

Trata-se de um método de longa duração, atualmente aprovado para 3 anos, apesar de já estar demonstrada a eficácia para 5 anos. A sua eficácia é idêntica à da laqueação das trompas, com a vantagem de ser reversível, podendo ser retirado em qualquer momento se a mulher pretender engravidar.

A sua colocação imediatamente após um aborto resulta num menor número de gravidezes subsequentes não planeadas.

Contraceção intrauterina

A colocação de um dispositivo intrauterino não está contraindicada no período imediato após a expulsão do produto de abortamento, exceto em situações de aborto com infeção intrauterina. Nestes casos, a inserção do dispositivo será adiada até o tratamento com antibiótico estar completo e deverá utilizar outro método contracetivo enquanto aguarda pela sua colocação.

A colocação de um dispositivo intrauterino após um abortamento no 2º trimestre tem maior risco de expulsão do que num aborto do 1º trimestre.

  • Após um aborto medicamentoso

A inserção imediata do DIU-Cu (dispositivo com cobre) ou do SIU-LNG (dispositivo com libertação de levonorgestrel) é bem tolerada e segura. Apesar de parecer existir uma maior probabilidade de expulsão do dispositivo quando colocado imediatamente após o abortamento, trata-se de um evento raro e, portanto, não está recomendado adiar a sua colocação.

  • No procedimento cirúrgico

Caso necessite de uma intervenção cirúrgica durante o processo de abortamento, a colocação imediata de um dispositivo intrauterino no mesmo tempo cirúrgico é uma opção viável considerando a menor dor que terá associada à sua colocação.

Contraceção definitiva

Caso necessite de uma intervenção cirúrgica durante o processo de abortamento, a laqueação tubária ou a salpingectomia (remoção das trompas) pode ser realizada no mesmo tempo cirúrgico.

Caso não necessite de uma intervenção cirúrgica e pretenda recorrer a este método contracetivo, a utente deverá comunicar essa vontade de forma a agendar o procedimento posteriormente. 

Deverá ter em atenção que se trata de um processo irreversível e em caso de dúvidas poderá optar por métodos de longa duração. A eficácia destes métodos (dispositivo intrauterino ou implante subcutâneo) é idêntica à da laqueação ou remoção das trompas e não é dependente da utilizadora, podendo ser removido quando pretender ou no final da validade, com substituição imediata do mesmo se for esse o desejo.

Métodos de barreira

Os métodos contracetivos de barreira, sendo o preservativo o mais utilizado, podem ser utilizados no período imediato após um abortamento.

Têm a vantagem adicional de proteger de infeções de transmissão sexual, mas a eficácia depende do uso correto e consistente e é inferior à da contraceção hormonal.

Métodos naturais

A utilização de métodos naturais (método do calendário, método da temperatura, método do muco cervical, etc) pode ser retomada após ocorrer, pelo, menos, uma menstruação após o abortamento.

Ter em atenção que a eficácia é muito baixa e obriga a longos períodos de abstinência. O coito interrompido apesar de não obrigar a nenhum período de abstinência, também tem elevada taxa de falhas.

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