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Introdução

Nos últimos anos, houve uma crescente insatisfação entre as mulheres relativamente ao uso de contracetivos hormonais. A explosão de acesso às redes sociais promoveu a partilha de informações pouco científicas ou baseadas apenas em experiências pessoais.

O medo irracional e excessivo sobre as hormonas (hormonofobia) está relacionado com a valorização dos riscos de saúde associados ao seu uso.~

Causas para rejeição da contraceção hormonal

Mulheres em idade fértil que necessitem de contraceção deverão ir a consultas de planeamento familiar de forma a fazerem uma escolha esclarecida sobre os vários métodos contracetivos. 

As causas descritas que levam à rejeição da contraceção hormonal são: 

- efeitos secundários/adversos - cefaleias, ansiedade, alterações do humor, sintomatologia depressiva, diminuição do desejo sexual, secura vaginal, dor mamária e o receio de aumento de peso;

- fertilidade - as mulheres demonstram dúvidas relativamente à fertilidade após inicio de contraceção hormonal;

- preferência por métodos naturais - cada vez mais as mulheres expressam o desejo de utilizarem métodos naturais ou livres de hormonas;

- esclarecimento insuficiente - algumas mulheres expressam um grau variável de insatisfação com o aconselhamento contracetivo feito pelos profissionais de saúde.

O que fazer

Que mulheres podem iniciar contraceção hormonal

Mulheres saudáveis poderão iniciar qualquer método de contraceção hormonal. Existem dois tipos de contraceção hormonal: a contraceção hormonal combinada (CHC) e a contraceção hormonal com progestativo (CP).

A CHC está indicada em todas as mulheres que pretendam um método contracetivo reversível e seguro; e nas situações em que os benefícios não associados à contraceção melhorem a qualidade de vida da mulher.

Mulheres com alguma doença conhecida que possa impossibilitar o uso de CHC deverá ser aconselhada pelos profissionais de saúde sobre outras alternativas contracetivas. É fundamental que o método de contraceção escolhido não agrave uma condição médica pré-existente.

A CP está indicada nas mulheres que pretendam uma contraceção livre de estrogénios, e nas mulheres que não possam realizar CHC.

Aconselhamento para o uso de contraceção hormonal

As mulheres podem optar por diversas formulações de contraceção hormonal (via oral, vaginal, transdérmico, injetável, intrauterino). Não existe vantagens em interromper periodicamente a contraceção hormonal, porque isso não diminui os riscos associados à sua utilização, não tem impacto na fertilidade futura, aumenta a probabilidade de uma gravidez não desejada, e associa-se a um aumento do risco tromboembólico com o reinício.

Efeitos indesejáveis de contraceção hormonal

Os efeitos indesejáveis da contraceção hormonal são de fraca intensidade e surgem, geralmente, nos primeiros meses de toma. Os mais frequentes são: hemorragias fora do período de pausa da pílula (spotting), ausência de menstruação (amenorreia), náuseas e vómitos, cefaleia, alterações do peso, alteração do humor, reações cutâneas, alteração do corrimento vaginal ou secura vaginal, e impacto na sexualidade.

Benefícios não associados à contraceção hormonal

Atualmente os métodos contracetivos hormonais são utilizados não apenas com vista a redução de gravidezes não desejadas, mas também com outros propósitos, como tratamento da acne, redução do fluxo menstrual ou melhoria da sintomatologia pré-menstrual. Contribui ainda para a redução do risco de cancro do ovário, endométrio e colorretal, assim como prevenção/controlo de sintomas associados a algumas doenças ginecológicas.

Prevenção / Recomendações

A disseminação da “hormonofobia” foi promovida pela divulgação descontextualizada dos efeitos adversos associados à utilização dos contracetivos hormonais, sem fornecer as informações das vantagens do seu uso. 

Na sociedade atual existe uma maior consciência ecológica, fazendo com que as comunidades possam estar mais propensas à rejeição de métodos de contraceção hormonal, preferindo métodos naturais. Prevê-se que este tema seja uma preocupação cada vez mais presente nas gerações futuras.

Compete ao médico desmistificar os medos referidos pelas mulheres e promover as melhores práticas contracetivas.

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