Introdução
O carcinoma do endométrio tem origem no crescimento descontrolado das células do endométrio – a camada mais interna do útero.
Frequência
Trata-se do cancro ginecológico mais comum dos países desenvolvidos e o segundo mais comum nos países em desenvolvimento. Em Portugal, a incidência é de 5.2/100.000 e a taxa de mortalidade 2.9/100.000.
O pico da incidência ocorre entre os 60 e os 70 anos, mas 1-5% dos casos ocorre antes dos 40 anos.
Causa
O principal fator de risco é a obesidade, assim como outras condições em que há aumento dos estrogénios em circulação (ex. terapêutica hormonal com estrogénios isolados, terapêutica com tamoxifeno).
Doenças como hipertensão arterial e diabetes mellitus são também fatores de risco deste tipo de cancro. O síndrome de Lynch é o fator hereditário mais importante.
Sinais e sintomas
Tradicionalmente, os carcinomas do endométrio são classificados em dois tipos:
- Tipo I: cerca de 65% dos casos, diagnosticados mais precocemente e de melhor prognóstico;
- Tipo II: Mais raros e aparentemente sem fatores de risco associados, são mais agressivos e de pior prognóstico.
De acordo com a avaliação histológica, podem ser classificados em: endometrióides, serosos, células claras, carcinossarcoma, etc..
A hemorragia uterina anormal - hemorragia em mulheres na pós-menopausa ou menstruações muito abundantes em mulheres em idade fértil, sobretudo se não respondem a terapêutica médica - é o principal sintoma do carcinoma do endométrio.
Sintomas como perda de peso, perda de apetite e fadiga podem ser sinais de alerta, tal como acontece para outros cancros em estadio avançado.
O que fazer
A avaliação começa por ecografia ginecológica (com sonda vaginal) e análises ao sangue.
Para o diagnóstico é necessário realizar uma biópsia endometrial ou uma biópsia do endométrio dirigida por histeroscopia, procedimento que permite examinar o interior do útero, utilizando-se um aparelho (histeroscópio) que se introduz através da vagina e colo do útero.
Para a biópsia, remove-se um ou vários fragmentos de endométrio, que se envia para análise. Pode ser necessário realizar outros exames, nomeadamente ressonância magnética ou tomografia computadorizada.
Tratamento
Após a avaliação inicial, as doentes são submetidas a cirurgia - remoção do útero (histerectomia total) e das trompas e ovários bilateralmente (anexectomia bilateral). A cirurgia poderá também incluir a remoção de gânglios linfáticos e várias biópsias.
De acordo com o estadio em que se encontra a doença, pode ser necessário fazer radioterapia, quimioterapia ou hormonoterapia (terapêutica com hormonas).
Evolução / Prognóstico
Os carcinomas do endométrio tipo I geralmente apresentam-se num estadio precoce, com taxas de sobrevivência aos 5 anos superiores a 95%.
Pelo contrário, os do tipo II têm um pior prognóstico, com maiores taxas de recidiva.
Após o tratamento, as doentes devem cumprir um protocolo de vigilância em consulta durante vários anos, que inclui exame clínico e ginecológico, e eventualmente, exames imagiológicos ou análises de sangue.
Prevenção / Recomendações
A prevenção tem como base o controlo de peso e adoção de estilos de vida saudáveis, incluindo exercício físico.
O rastreio do carcinoma do endométrio não está indicado para a população em geral.
Saber Mais
Síndrome de Lynch, hemorragia uterina anormal.
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