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Introdução

Define-se como gravidez de baixo risco aquela que não apresenta, na mãe ou no feto, fatores que justifiquem uma vigilância extraordinária, sendo normalmente acompanhadas nos cuidados de saúde primários. Este risco pode mudar a qualquer momento durante a gravidez.

Frequência

Estima-se que em Portugal possam existir até 5% de mulheres grávidas que não têm uma vigilância adequada da gravidez.

Sinais e sintomas

Quando o casal deseja uma gravidez, o primeiro passo é agendar uma consulta de pré-conceção nos cuidados de saúde primários.

O que fazer

Quando o casal deseja uma gravidez, o primeiro passo é agendar uma consulta de pré-conceção nos cuidados de saúde primários. 

Consulta de Pré-conceção

Esta consulta tem como objetivo o aconselhamento médico previamente a parar o método contracetivo. Nesta consulta são avaliados fatores de risco relacionados com o casal. São aconselhados sobre o estilo de vida, dieta, peso e presença de hábitos deletérios (tabaco, álcool, estupefacientes). 

Na presença de doenças crónicas, o seu controlo deverá ser realizado nesta fase, com apoio de especialidades diferenciadas se for necessário. 

Também nesta fase deverá ser recomendada a suplementação com ácido fólico e atualização de plano de vacinas, se necessário. 

Tudo isto contribuirá para uma gravidez mais saudável e segura, prevenindo complicações tanto para a mãe como para o feto. 

 Se existir suspeita de uma gravidez, a mulher deverá realizar um teste de gravidez e, caso seja positivo, agendar consulta no seu centro de saúde para dar início à vigilância.

Periodicidade das consultas 

Numa gravidez de baixo risco, o número mínimo recomendado de consultas são seis. A primeira deve ser antes das 12 semanas (idealmente pelas 8-9 semanas). 

• a cada 4-6 semanas até às 30 semanas;

• a cada 2-3 semanas entre as 30 e as 36 semanas;

• a cada 1-2 semanas após as 36 semanas até ao parto (normalmente realizadas no hospital onde a grávida pretende ter o parto).

 

Prevenção / Recomendações

Exames a realizar

Análises da gravidez são realizadas normalmente em 3 momentos distintos durante a gravidez, no mínimo:

  • Primeiro trimestre: entre as 11 e as 13 semanas: contém rastreio de anemia, HIV, Hepatite B, Sífilis, diabetes gestacional, patologia da tiróide, imunidade à rubéola, toxoplasmose e citomegalovírus, teste de coombs indireto e infeções urinárias. 
  • Segundo trimestre: entre as 18 e as 20 semanas (se não imune à rubéola) e entre as 24 e 28 semanas: contém o rastreio de diabetes gestacional, com a prova de tolerância à glicose, anemia, imunidade à rubéola, toxoplasmose e citomegalovírus (se não imunes no 1º trimestre), teste de coombs indireto e infeções urinárias.
  • Terceiro trimestre: entre as 32 e as 34 semanas: contém o rastreio de anemia, imunidade toxoplasmose e citomegalovírus (se não imunes no 1º e 2º trimestres), HIV, Hepatite B, Sífilis e infeções urinárias.

Ecografias são realizadas em 3 períodos:

  • Primeiro trimestre: entre as 11 semanas e 13 semanas + 6 dias, com o objetivo de saber o número de fetos, fazer a datação da gravidez e detetar marcadores de aneuploidias, que vão condicionar o resultado do rastreio de Trissomia 21. 
  • Segundo trimestre: entre as 20 e 22 semanas + 6 dias, sendo esta ecografia fundamental para detetar alterações morfológicas no feto. 
  • Terceiro trimestre: entre as 30 e 32 semanas, com o objetivo de rever a morfologia fetal (existem alterações que se manifestam mais tarde na gravidez), bem como avaliar o crescimento do feto através de uma estimativa do peso. 

Rastreio de cromossomopatias (para cálculo do risco de trissomia 21, 18 e 13).

O Rastreio Combinado do 1º Trimestre é um rastreio precoce, que tem como objetivo avaliar o risco da existência no feto da Trissomia 21 (Síndrome de Down). Adicionalmente também nos dá o risco de Trissomia 18 (Síndrome de Edwards) e Trissomia 13 (Síndrome de Patau). Baseia-se na idade materna, achados na ecografia e marcadores bioquímicos obtidos a partir de uma colheita de sangue da grávida.

Rastreio de colonização vaginal ou rectal por Streptococcus beta hemolítico entre as 35 e 37 semanas. A presença desta bactéria na flora vaginal ou retal não representa risco para a grávida. Existe, no entanto, um risco de transmissão ao feto durante o trabalho de parto, e de infeção do recém-nascido, pelo que, quando é positivo, recomenda-se a administração de um antibiótico (normalmente a penicilina) durante o trabalho de parto ou após rotura de membranas. 

Outros procedimentos

Administração de imunoglobulina anti-D, sob a forma de injeção intra-muscular, às 28 semanas nas grávidas com tipo de sangue Rh negativo.

Administração da vacina da tosse convulsa, idealmente após a ecografia morfológica e antes das 36 semanas de gestação, com o objetivo de proteção do recém-nascido.

Uma gravidez não vigiada ocorre quando há menos de seis consultas ou quando exames essenciais não são realizados atempadamente, dificultando a identificação de complicações para a mãe ou o feto, que podem necessitar de cuidados diferenciados, por exemplo, diagnóstico de diabetes gestacional ou hipertensão arterial. 

Manter um estilo de vida saudável, com uma dieta equilibrada, exercício físico e abstenção tabágica, é crucial para reduzir o risco de desenvolver estas patologias. 

Recomenda-se à grávida que deve estar atenta a sinais de alerta, como sangramentos, perda de líquido amniótico, dores abdominais intensas e diminuição dos movimentos fetais, devendo procurar imediatamente um serviço de urgência em tais casos.

Saber Mais

Guia para grávidas – SNS 24 (https://www.sns24.gov.pt/guia/guia-para-gravidas/) atualizado 31/08/2024

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