Síndrome Genitourinária da Menopausa
Introdução
A Síndrome Géniturinária da Menopausa traduz um conjunto de sinais e sintomas relacionados com a vulva, vagina e trato urinário, devidos à diminuição de estrogénios depois da menopausa.
Previamente à menopausa podem ocorrer situações que cursem com sintomas semelhantes, nomeadamente associados à utilização de alguns medicamentos (ex. Tamoxifeno, Acetato de Goserrelina, algumas pílulas sobretudo se tomadas de forma contínua), ao período do pós-parto e amamentação.
Frequência
Ocorre em mais de 60% das mulheres pós-menopáusicas, estimando-se que apenas 7% seja medicada.
Causa
Redução do nível de estrogénios causada pela menopausa (espontânea ou após cirurgia de remoção de ovários, ou após tratamentos de quimioterapia ou radioterapia) ou no caso de menopausa antes dos 40 anos. Por vezes, na pré-menopausa o hipoestrogenismo associa-se à utilização de medicamentos (ex. algumas pílulas, Tamoxifeno, Acetato de Goserrelina), período de pós-parto e amamentação.
Sinais e sintomas
- Secura Vaginal
- Ardor vaginal
- Prurido vaginal
- Dor nas relações sexuais
- Perda de sangue durante as relações sexuais
- Ardor a urinar
- Urgência miccional
- Incontinência Urinária de Esforço/Urgência
- Prolapso de órgãos pélvicos
- Infeções urinárias de repetição
- Diminuição de desejo sexual
Nos casos de Menopausa antes dos 40 anos e Menopausa Cirúrgica, os sintomas podem ser mais intensos.
O que fazer
Perante sinais e sintomas acima descritos, deve procurar o médico assistente, para que seja realizada uma observação ginecológica e iniciado o tratamento mais adequado.
Tratamento
O tratamento deverá ser iniciado antes do aparecimento de alterações crónicas e deve ser mantido sempre, enquanto não houver contra-indicações para o mesmo.
As opções de tratamento podem ser não hormonais (se queixas ligeiras ou contra-indicações à terapêutica hormonal) ou hormonais.
Os tratamentos não hormonais passam pela utilização de cremes ou gel à base de hidratantes vaginais, lubrificantes ou ácido hialurónico.
A ação dos lubrificantes é essencialmente útil durante a relação sexual diminuindo a secura vaginal e as queixas de dor. Por outro lado, a aplicação de hidratantes vaginais deve ser regular, independentemente da atividade sexual.
Os tratamentos hormonais são recomendados se os sintomas forem moderados a graves, sendo a aplicação tópica de estrogénios vaginais considerada o tratamento mais recomendado.
Para além do alívio dos sintomas genitais, parecem associar-se a melhoria dos sintomas de incontinência urinária e diminuição de infeções urinárias.
As opções tópicas disponíveis são:
- Estriol (creme ou gel vaginal, 2 aplicações/semana)
- Estradiol (comprimidos vaginais, 2 aplicações/semana)
- Promestrieno (creme ou cápsula mole vaginais, 2 aplicações/semana)
- Prasterona (óvulos vaginais, aplicação diária)
A testosterona vaginal não se encontra comercializada em Portugal.
O Ospemifeno é o único tratamento oral sem estrogénios de toma diária.
A utilização de fitoestrogénios, nomeadamente extratos de soja, pode melhorar a troficidade vaginal.
A terapia LASER, apesar de não ser utilizada rotineiramente, tem apresentado resultados favoráveis no tratamento da SGUM. Pode ser utilizada nos casos em que existe contraindicação para a utilização dos tratamentos anteriores, ou por opção da mulher.
Evolução / Prognóstico
A SGUM caracteriza-se por incluir alguns dos mais frequentes sinais e sintomas associados à menopausa. Quando identificada e tratada, o prognóstico é favorável.
Na ausência de tratamento, raramente ocorre uma resolução espontânea das queixas. Na presença de SGUM, existe tendência para o agravamento das queixas, o que influenciará negativamente a qualidade de vida da mulher e contribuirá para disfunção sexual.
Prevenção / Recomendações
A adoção de um estilo de vida saudável é essencial para a saúde genitourinária. Deverá ser adotada uma alimentação saudável, evitar o excesso de peso, prática regular de exercício físico e exercícios do pavimento pélvico.
O início precoce de terapêutica tópica deve ser recomendado, devendo ser mantida ao longo do tempo de forma a promover o bem-estar e melhoria da qualidade de vida da mulher.
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