Menu

Introdução

Quando o grupo de sangue de uma grávida é Rh negativo pode ocorrer uma alteração que se chama “aloimunização Rh”. Isto acontece quando o bebé é Rh positivo e mãe desenvolve anticorpos contra as células do sangue do bebé.

Pode ter como consequência a doença hemolítica do feto e do recém-nascido (DHFRN) -destruição dos glóbulos vermelhos fetais, que causa anemia e que pode ser grave.

O desenvolvimento de anticorpos não ocorre sempre que a mãe é Rh negativa e o bebé Rh positivo e existem estratégias para o prevenir.

Sinais e sintomas

O diagnóstico inicia-se após um teste de Coombs positivo no sangue materno, habitualmente nas análises do 1º ou 2º trimestre da gravidez.

É confirmado através da identificação e titulação do anticorpo anti-D (molécula envolvida na reação materna e implicado na DHFRN).

O que fazer

Nestes casos, o casal deve ser orientado para consulta hospitalar, devendo ser determinado o grupo 

de sangue do pai. Se o pai for negativo não existe risco de isominuzação Rh, pois o bebé será Rh negativo também.

Se o pai for Rh (D) positivo, pode existir indicação para estudar qual o grupo de sangue do bebé.

O estudo do bebé pode ser feito de 2 maneiras: pela recolha de sangue materno ou por amniocentese (exame invasivo que consiste na recolha de líquido amniótico através da introdução de uma agulha no abdómen materno).

Tratamento

Se o bebé estiver em risco de desenvolver DHFRN, a gravidez deve ser sempre vigiada em meio hospitalar. A vigilância pode implicar a simples monitorização de anticorpos no sangue materno ou, em casos em que estes se encontrem elevados, a realização de ecografias fetais a cada 1 a 2 semanas.

Se o bebé desenvolver a DHFRN, com anemia fetal, pode ser necessário uma transfusão de sangue ainda no interior do útero materno. Esta transfusão é realizada em contexto hospitalar e sempre sob indicações específicas. A taxa de sucesso após uma transfusão intrauterina varia de centro para centro mas é, no geral, elevada.

Existem centros que reportaram uma taxa de sobrevivência global de 97%, sendo que a presença de hidrópsia (líquido que se acumula no feto) se associa a pior prognóstico. A gravidez pode prolongar-se até às 37-38 semanas ou, nos casos com indicação, pode ser necessário terminá-la mais cedo.

Gravidez subsequente em grávida com antecedentes de aloimunização

A aloimunização tende a ser mais grave numa futura gravidez (caso o bebé seja também Rh positivo).

A idade gestacional na qual se desenvolveu anemia fetal em gravidezes anteriores é importante, sobretudo porque na gravidez seguinte esta tende a ocorrer mais cedo e de forma mais grave.

A orientação clínica é semelhante à descrita anteriormente, exceto o doseamento do título de anticorpos: nestes casos está recomendada a realização de ecografia semanal para despiste de anemia fetal a partir das 18 semanas.

Evolução / Prognóstico

Numa primeira gravidez com aloimunização, cerca de ¼ dos bebés irão desenvolver anemia, sendo que destes apenas metade terá uma forma grave. Os outros terão formas leves (que apenas vão precisar de fototerapia após o nascimento) e uma minoria irá precisar de transfusão de sangue. Nas formas graves pode ocorrer morte fetal ou necessidade de transfusão intra-uterina.

A DHFRN é uma doença grave mas cuja incidência tem vindo a diminuir devido às estratégias de prevenção.

Saber Mais

Ver artigo sobre “Profilaxia de isoimunização Rh”.

Deseja sugerir alguma alteração para este tema?
Existe algum tema que queira ver na Ginepedia - Enciclopédia Online?

Envie as suas sugestões

Newsletter

Receba notícias da Ginepedia - Enciclopédia Online no seu e-mail